Entenda a diferença entre queda e quebra de cabelo

Para quem não tem muitos fios, queda e quebra de cabelo são dois “terrores” do dia a dia. Mas ao contrário do que muita gente pensa, os dois conceitos são diferentes. Enquanto um se deve principalmente (mas não completamente) a fatores internos, o outro costuma ser causado pelos externos. Então, como diferenciar? O que fazer?

Neste texto, vamos entender melhor sobre as diferenças entre queda e quebra de cabelo, além de entender quais casos são reversíveis e o que fazer para resolver. Confira:

O que é queda de cabelo?

A queda de cabelo ocorre quando o cabelo se solta do couro cabeludo desde a raiz, ou seja, o fio cai por inteiro. Há uma série de motivos para tal, desde os naturais — um fio “antigo” cai e dá lugar para que outro se desenvolva — até mais sérios, como a alopecia areata.

Quais os motivos para a queda de cabelo?

Vamos conferir com mais detalhes alguns “vilões” da queda de cabelo:

solicite um contato

Ciclo capilar

Vamos começar pelo efeito comum, que é o ciclo de vida do cabelo. Cada fio passa por X fases, que são:

  • anágena (crescimento): aqui é o momento em que o fio se desenvolve o máximo que a genética permite. esta é a fase mais longa do cabelo, que costuma durar de dois a sete anos;
  • catágena (transição): é a fase de estabilização do fio, em que o folículo capilar encolhe e se separa da papila dérmica (estrutura localizada na parte mais profunda da pele), interrompendo o suprimento de sangue;
  • telógena (repouso): o folículo capilar repousa e para de produzir fios por um tempo. Apesar disso, o fio permanece ali no folículo por mais dois ou três meses;
  • exógena (desprendimento): pode ser considerada uma subfase da telógena, pois é o momento em que o fio é naturalmente eliminado do couro cabeludo.

Os fios na fase exógena se desprendem do couro cabeludo, caindo naturalmente para que um novo cabelo possa se desenvolver. Portanto, não há nada de errado quando o cabelo cai diariamente; o problema está quando a queda é superior à capacidade de produção de novos fios pelos folículos capilares.

Estresse/eflúvio telógeno

O estresse libera na corrente sanguínea o cortisol, chamado de hormônio do estresse, que deixa o corpo alerta. Nesse caso, o organismo faz com que o sangue corra em regiões que precisam mais dele, e controla o fluxo em outras que não são vitais, como os anexos cutâneos (cabelo e unhas).

As células que produzem os fios trabalham constantemente e precisam receber esse nutrientes. Quando há uma baixa nessa recepção, o trabalho delas diminui ou para, o que faz com que o ciclo do cabelo seja mais curto na fase anágena, acelerando a queda.

O nome clínico para a queda de cabelo causada por estresse é eflúvio telógeno. Ela é relativamente comum em estresse pós-traumático, como um acidente ou a perda de alguém, mas também em estresse crônico, como o burnout. A pandemia de covid-19 também é um exemplo de trauma causador de eflúvio telógeno.

É comum que o cabelo caia dias ou até meses depois que a causa do estresse ocorreu. Como visto, ele encurta uma das fases do ciclo capilar, mas não faz com que o fio caia imediatamente.

O cabelo volta a crescer quando o fator causador de estresse se encerra, já que o folículo piloso volta a receber nutrientes normalmente.

Pós-parto

O parto é um exemplo de fator estressante que causa a queda capilar. Além de o parto exigir muito do corpo feminino, a mulher também sofre uma grande mudança hormonal no puerpério.

Além disso, durante a gravidez, o cabelo feminino fica mais forte, brilhoso e com aparência saudável. Isso ocorre pelo aumento de estrogênio, progesterona e outros hormônios femininos no organismo.

Quando ocorre o parto, o estímulo que fazia os fios ficarem mais densos e fortes se encerra, fazendo-os cair. É o chamado eflúvio telógeno gravítico, que costuma ocorrer no terceiro mês após o parto.

Novamente, não se preocupe: a queda é normal e o cabelo voltará a se desenvolver em seguida. Contudo, evite procedimentos químicos mais fortes (progressiva e descoloração, por exemplo) nesse período, já que eles costumam deixar o cabelo quebradiço. Portanto, você vai ter de lidar com queda e quebra de cabelo ao mesmo tempo, o que vai diminuir consideravelmente a densidade dos fios.

Deficiências nutricionais

A deficiência nutricional segue a mesma lógica do estresse. Quando o corpo conta com menos nutrientes, ele os utiliza para os órgãos vitais, deixando cabelo e unhas mais fracos.

A deficiência nutricional pode causar tanto a queda (deixando o ciclo de vida do cabelo mais curto) quanto a quebra (a haste capilar fica mais frágil).

Alopecia por tração

A alopecia por tração é um tipo de perda de cabelo causada pela tração dos fios, ou seja, quando uma força os puxa constantemente. Um exemplo é o uso de rabos de cavalo e coques muito apertados. Outras causas são a progressiva e a escova — porém, isso depende da força que o responsável coloca ao fazer os procedimentos. Porém, cabelos quimicamente tratados com alisantes ou permanentes são mais suscetíveis a esse tipo de condição. 

No estágio inicial da alopecia por tração, é possível observar fios mais curtos na área tracionada, formando uma espécie de franja. A região ainda pode apresentar escamas e pontos de pus. Nesse período, o problema ainda é reversível; a paciente só precisa parar de fazer o estímulo de tração. Caso a região já não apresente mais fios, isso significa que o folículo já foi danificado e a condição só pode ser revertida com um transplante capilar.

Esses são apenas alguns casos que podem causar o problema. Caso note uma queda anormal dos fios, procure por um dermatologista.

Alopecia androgenética faz o cabelo cair?

Acredite se quiser: a alopecia androgenética (nome clínico para a calvície) não faz o cabelo cair. O problema, neste caso, é que os folículos capilares contam com receptores para a di-hidrotestosterona (DHT), uma forma mais “potente” da testosterona

O folículo piloso é um anexo cutâneo responsável pela produção e crescimento do fio de cabelo.Quando a DHT se liga a essa estrutura, impede que ela consiga desenvolver o fio ou receber nutrientes advindos do sangue. Com isso, o fio nasce cada vez mais fino e ralo, até que a região não consegue mais produzir cabelo.

Podemos entender, portanto, que a calvície não é a queda dos fios, mas a miniaturização deles até que o folículo não seja mais capaz de produzi-los e “morra”.

O que é quebra de cabelo?

Já a quebra ocorre quando o fio parte na sua haste, ou seja, no seu comprimento. Dessa forma, nada tem a ver com a calvície tradicional ou outro problema que faz com que o fio caia pela raiz. 

Quais as causas para a quebra de cabelo?

Os fatores causadores da quebra de cabelo são, principalmente, externos. Contudo, a deficiência nutricional pode sim facilitar a quebra, já que o folículo não recebe nutrientes suficientes para auxiliar no desenvolvimento do fio.

Descoloração

A descoloração é um processo químico que remove a cor do fio por meio da oxidação. A combinação de pó descolorante e água oxigenada penetra na fibra capilar para retirar o pigmento. Quanto mais tempo a química permanecer no cabelo, mais claro ele ficará. 

O procedimento pode ser feito tanto para manter o cabelo platinado quanto para a aplicação de uma nova cor. 

O problema é que a descoloração é um processo extremamente agressivo, principalmente em cabelos muito escuros, que exigem mais tempo de permanência da química no fio. Com o retoque da raiz, mesmo que a química não fique em contato com o comprimento por completo, ela acaba sim atingindo a divisa entre o fio já descolorido e a parte virgem. Por isso, mesmo que o cabelo permaneça cheio após a descoloração, ele vai afinando e quebrando com a repetição do processo.

Em alguns casos, o cabelo sofre corte químico, 

Excesso de química

Progressiva, mechas e combinação de alisamento com coloração deixam o cabelo mais fraco e propenso à quebra. Isso ocorre porque o procedimento químico altera o PH do fio para que a estrutura seja modificada. Nesse processo, a haste capilar perde nutrientes.

O excesso de química faz com que essa perda seja ainda maior, principalmente quando frequentes, já que não há tempo apra que o tratamento capilar com máscaras aja na estrutura. Nesse caso, ocorre o corte químico — o cabelo fica tão fragilizado que se parte de uma vez só.

Pentear o cabelo molhado

O fio molhado é mais maleável e, portanto, mais fácil de partir. Para cabelos ondulados e cacheados, a única hora possível para se pentear é quando o cabelo está úmido. Mas quando o pente ou a escova é passada de forma muito brusca, pode tanto arrancar quanto quebrar o fio pela haste. Por isso, é preciso ter cuidado.

Na hora de escovar, passe a escova ou o pente com suavidade e sempre com a ajuda de um produto emoliente — se for durante o banho, apenas depois de usar o condicionador ou máscara. Se os fios permanecerem embaraçados após a lavagem, use um leave-in para ajudar.

Qual a diferença entre queda e quebra de cabelo?

A principal diferença entre queda e quebra de cabelo é que a primeira acontece na raiz, enquanto a segunda ocorre no comprimento. A queda ocorre quando o folículo se desprende do couro cabeludo, derrubando o fio por inteiro. Já a quebra é ocasionada por um evento externo que deixa o fio quebradiço, que se parte ao meio com facilidade.

No geral, a quebra se resolve com a diminuição do procedimento que danifica a estrutura do fio, além do uso de máscaras de hidratação. Já a queda exige uma mudança nutricional — algo que também vai ajudar a evitar a quebra, pois bons nutrientes formam fios mais fortes.

Se você notou algum problema de queda de cabelo, veja até que ponto ela é considerada normal

solicite um contato