Já parou para pensar na relação entre alimentação e fios de cabelo? Assim como acontece com a sua pele, o consumo de água, frutas, legumes e verduras pode deixar seus fios mais bonitos. Afinal, o cabelo também pode ser um reflexo da nossa saúde. Embora a espessura e o potencial de crescimento sejam determinados pela genética, uma boa nutrição o auxilia a alcançar o máximo de potencial.
Mas o cabelo não é matéria morta? Como ele pode ser influenciado pelo que comemos? Neste texto, você vai entender como a alimentação e os fios de cabelo estão relacionados. Confira:
Table of Contents
Como a alimentação e os fios de cabelo estão interligados?
A qualidade da formação do cabelo depende da nutrição. Acredita-se que o fio é formado de 65 a 95% de proteínas — com a queratina em maior quantidade —, além de água.
O bulbo capilar fica dentro da pele, naquela microcavidade onde está localizado o folículo. Ele é a parte viva do seu fio, responsável por produzir a haste capilar — ou seja, o comprimento do cabelo. Ela sim é considerada matéria “morta”, pois é formada por um amontoado de células que já não estão mais vivas.
Não há qualquer comunicação entre a parte viva e morta do cabelo. Se um indivíduo cortar o cabelo, não vai fazer com que ele cresça mais forte, apenas vai retirar uma parte quebradiça do fio, que interfere no visual completo do cabelo.
Se uma pessoa tingir os fios e não provocar queimaduras no couro cabeludo, dificilmente ela vai afetar a saúde do folículo, apenas da haste. Isso porque a água oxigenada retira parte do pigmento para que a haste fique com a cor prometida pela tinta, comprometendo sua estrutura. Quanto maior o volume da água oxigenada, maior sua capacidade de despigmentar o fio e, consequentemente, de quebrá-lo.
Quando essa mesma pessoa para de tingir os fios, eles voltam a crescer de maneira saudável. Afinal, a agressão era apenas externa.
O último na corrida da nutrição
Pele, cabelo e anexos cutâneos (unhas, pelos e glândulas sudoríparas, sebáceas e mamárias) formam o sistema tegumentar, responsável pela proteção do corpo, regulação térmica e percepção das sensações. Enquanto pele e glândulas são organismos vivos, cabelo e unhas são formados por células mortas. É por isso que não sentimos dor ao cortar as unhas ou aparar os fios.
Então, por que a alimentação e os fios de cabelo estão relacionados? Porque o folículo capilar, responsável por produzir o cabelo, precisa de nutrição para fazer seu trabalho.
É preciso lembrar, porém, que o corpo é uma máquina inteligente. Quando recebe nutrição, ele precisa distribuí-la para todos os sistemas, priorizando aqueles que são essenciais para manter o organismo vivo. Por serem formados por matéria “morta”, cabelo e unhas ficam por último nesse ganho. O corpo fica em estresse metabólico, ou seja, desvia nutrientes de processos considerados menos importantes para a manutenção da vida.
O estresse metabólico pode encurtar a fase anágena (de crescimento) e acelerar a telógena (queda).
Agressão interna
Agora pense que essa mesma pessoa sempre teve uma alimentação regrada, com frutas, legumes, vegetais e baixo consumo de ultraprocessados. Com uma grande quantidade de nutrientes passando pela corrente sanguínea, tanto os órgãos vitais quanto os não vitais receberão vitaminas, proteínas e minerais.
Um cabelo forte sofre bem menos com as agressões externas, já que ele tem uma estrutura mais firme para lidar com tinturas, por exemplo. Já o alisamento progressivo pode sim alterar a estrutura do folículo não apenas pelo contato do produto com o couro cabeludo, mas também pela tração feita durante o alisamento.
Um reflexo da saúde
Agora pense que esse mesmo indivíduo começou a ter uma alimentação desregrada e pobre em nutrientes. Com isso, há pouca quantidade de vitaminas, proteínas e minerais pela corrente sanguínea. Nesse caso, boa parte dessa pouca nutrição vai para órgãos essenciais, como o coração e os rins. Em poucos meses, os cabelos começarão a crescer fracos, quebradiços e com pouco desenvolvimento. Já as unhas ficam moles, igualmente fracas e com algumas manchas.
Se com o tempo ele resolver transformar novamente a sua alimentação e usar suplementos alimentares, perceberá uma considerável melhora de sua saúde e até mesmo das unhas — mas não necessariamente dos fios.
Para perceber uma mudança real de cabelo, o indivíduo precisa esperar por, pelo menos, três meses. É um processo mais lento — afinal, o cabelo cresce por volta de 1,5 cm por mês —, mas vale a pena. Pense nele como um reflexo da saúde do organismo: quanto mais nutrido seu corpo estiver, mais saudáveis ficam os fios.
Dieta restritiva
Na vontade de emagrecer rapidamente, muitas pessoas adotam dietas extremamente restritivas, eliminando até mesmo alimentos que proporcionam muitos nutrientes. Isso causa uma deficiência que vai afetar o corpo por inteiro, incluindo o cabelo.
A dieta restritiva não afeta apenas por conta da baixa nutricional, mas também pela diminuição de substâncias essenciais para o crescimento dos fios, como a biotina, as vitaminas A, C, D e E, zinco e selênio. Eles são essenciais para a construção da haste capilar.
O baixo teor de gordura também reduz a absorção de vitaminas lipossolúveis, fundamentais para a saúde do cabelo.
Por fim,
Álcool e cigarro influenciam nos fios?
Você pode considerar que álcool e, principalmente, cigarros não são alimentos. Isso é verdade, mas bebidas alcoólicas fazem parte da dieta de muita gente. Segundo o levantamento “Álcool e a Saúde dos Brasileiros — Panorama 2023”, feito pelo Centro de Informações sobre Saúde do Álcool (CISA), 45% dos brasileiros consomem álcool pelo menos uma vez a cada 15 dias.
E o cigarro, por mais que o usuário solte a fumaça logo após fumar, ele vai sim inalar uma parte dela e, consequentemente, das 4.720 toxinas presentes em cada cigarro.
Diurético
Durante o calor, é muito comum que o brasileiro beba uma quantidade maior de cerveja. Além de gelada, teoricamente ela refrescaria e hidrataria o consumidor. O problema é que o efeito é justamente o contrário.
O álcool age como um diurético. Quando consumido, o corpo deseja eliminá-lo imediatamente; por isso, estimula a diurese, ou seja, a produção de urina pelos rins. Por isso, um dos sinais de uma ressaca é justamente a desidratação.
Mesmo tendo um percentual baixo de álcool, as pessoas consomem uma quantia alta da bebida, provocando a desidratação.
Envelhecimento do couro cabeludo
Aqui no blog, sempre enfatizamos os malefícios do cabelo. O ato de fumar provoca impactos de maneira sistêmica — o fumante não percebe apenas perda na capacidade respiratória ou o amarelamento dos dentes, e sim prejuízos no organismo inteiro.
O cigarro impede a vascularização do folículo capilar, atuando de maneira semelhante à DHT. Por isso, ele pode até mesmo provocar a calvície precoce, pois as fases capilares ficam mais curtas e os folículos recebem menos nutrição para desenvolver mais cabelo.
Outro fator importante é que o fumo também pode provocar a canície (embranquecimento dos fios) precoce.
E se o fumante fizer tratamento contra a alopecia androgenética? O tratamento terá uma resposta menor por conta das perdas na vascularização do couro cabeludo. Por fim, o fumante está muito mais propenso a desenvolver câncer de couro cabeludo em comparação a um indivíduo sem contato com cigarro.
Nem tudo é comida
O indivíduo pode ter ótima saúde, praticar exercícios físicos, seguir a dieta corretamente e, mesmo assim, perceber que seus fios estão sumindo. Nesse caso, não há uma queda ou quebra, e sim o “sumiço” do cabelo. Ele começa a nascer tão fino que fica imperceptível, até que os folículos não são mais capazes de produzi-lo. É a chamada alopecia androgenética, popularmente conhecida como calvície.
Como o nome sugere, a alopecia é genética e, por isso, não pode ser prevenida ou, até o momento, curada. Nesse caso, a di-hidrotestosterona (DHT), uma versão mais potente da testosterona, liga-se aos folículos geneticamente predispostos à calvície e impede que os nutrientes do sangue cheguem com eficácia, provocando seu adoecimento.
Apesar de a calvície não ter cura, é possível tratá-la para evitar que os fios caiam com mais rapidez. Os inibidores de DHT, como a finasterida e a dutasterida, diminuem a quantidade extra do hormônio no organismo e facilitam a chegada dos nutrientes na região.
Além disso, uma boa dieta ajuda o sangue a chegar com mais nutrientes nos folículos geneticamente predispostos.
Bem-estar, alimentação e fios de cabelo
A alimentação não deve ser pensada apenas como nutrição. É uma forma de socializar com os amigos, ter conforto em momentos de tristeza ou até mesmo conhecer novas culturas. Toda e qualquer pessoa saudável tem direito a um doce, por exemplo — principalmente se não for um ultraprocessado. Além disso, o álcool pode ser consumido de maneira moderada, sem que vire uma rotina.
Quando o paciente tem uma visão muito restritiva de sua alimentação, ela deixa de ser um momento agradável e passa a ser apenas uma obrigação a cumprir. Criar pratos coloridos e estar aberto a novas experiências pode deixar seu cardápio mais saboroso e saudável. Lembre-se disso.
Como você viu, a alimentação e os fios de cabelo estão diretamente relacionados. Um cardápio saudável, que mistura diferentes tipos de nutrientes, deixa o corpo mais saudável e, consequentemente, seus fios ficam mais fortes.
Esse resultado também se reflete no tratamento contra a calvície. Como há mais nutrientes disponíveis, os folículos capilares ficam mais nutridos. E se há menor quantidade de DHT impedindo a chegada de nutrientes, o bulbo consegue produzir sem menos empecilhos.
Se você já tem entradas capilares, o cabelo já não tem como crescer onde o folículo capilar se fechou. Mas é possível resolver esse problema com transplante capilar, o único tratamento capaz de fazer com que os fios cresçam em áreas calvas.Expert em transplante capilar, a Clínica Mauad oferece tecnologia e experiência com o tratamento que você merece receber. Entre em contato e marque sua consulta.