Qual é o momento de realizar um transplante capilar? 

Quando os primeiros sinais de calvície aparecem, já bate o desespero: será que vou perder o cabelo de vez? O tratamento adianta? Quando é o momento de realizar um transplante capilar?

Antes de tudo, o indivíduo precisa procurar auxílio médico para descobrir a causa e começar o tratamento adequado. Mas quando a queda de cabelo é irreversível, apenas a cirurgia consegue cobrir as falhas.

Neste texto, você vai descobrir quando é o momento de realizar um transplante capilar e o que considerar nessa decisão. Confira:

Quando é o momento de realizar um transplante capilar?

É fundamental que a alopecia androgenética (nome clínico para a calvície) esteja estabilizada antes do paciente passar pelo transplante. Caso contrário, os cabelos vão cair e destacar a cirurgia, deixando o resultado esteticamente desagradável. Pensar nessa estabilidade da alopecia androgenética é pensar em um pós-operatório bem sucedido, ou seja, em um paciente satisfeito por anos.

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Idade 

No geral, os especialistas preferem que o paciente espere até os 35 anos, pelo menos, pois a calvície se estabiliza entre os 35 e os 45 anos. Porém, se o paciente percebeu as primeiras entradas ainda na juventude (por volta dos 25 anos, por exemplo), o recomendado é que ele espere até os 30 anos para fazer o procedimento. Isso não significa que ele não deva conversar com um especialista antes. 

O médico pode recomendar a ele tratamentos que vão ajudar a estabilizar a calvície durante esse período. Em folículos que ainda não se fecharam por completo, o tratamento pode ajudar até mesmo a recuperar os fios. Dessa forma, a cirurgia só vai cobrir aquilo que não tem recuperação.

Linha da testa

Se a questão é apenas uma característica genética — por exemplo, um indivíduo que não tem calvície, mas acha a linha da testa muito alta —, o transplante capilar pode ser realizado mais cedo.

Nesse caso, o cirurgião vai fazer uma análise para observar se há sim uma desproporção entre a testa e o restante do rosto, além de criar uma nova linha que traga maior harmonia à face. 

É importante salientar que a linha não pode ser muito próxima ao rosto, pois isso deixaria um resultado desproporcional e artificial. Além disso, o cirurgião fará uma linha mais rala e, depois, outras mais densas.

E na calvície precoce?

A calvície precoce mostra seus sinais antes dos 25 anos. Em alguns casos, o paciente percebe as primeiras entradas ainda aos 17 anos. Isso pode impactar gravemente a autoestima do indivíduo, já que ele começa a demonstrar, ainda jovem, uma condição que costuma afetar homens mais velhos.

Nesse caso, o cirurgião pode sim optar por fazer a cirurgia mais cedo para aproveitar a área doadora. De qualquer maneira, o transplante precisa estar associado a um tratamento de prevenção para que os fios com predisposição à calvície demorem a cair. A idade mínima para passar pelo transplante capilar é de 18 anos.

No fim das contas, o que vai determinar o momento ideal de realizar o transplante capilar é a união do grau de calvície, estabilização do problema e tratamento preventivo.  Assim que perceber os primeiros sinais, entre em contato com um dermatologista ou tricologista e converse sobre o assunto.

Posso fazer transplante capilar apenas nas entradas?

Sim. Esse tipo de transplante, aliás, é bastante procurado nos consultórios especializados. 

Existem diversas manifestações de calvície, incluindo apenas nas entradas. Todas elas podem ser solucionadas com transplante capilar, desde que o paciente tenha área doadora suficiente para cobri-las.

Em calvícies menores, o médico considera o avanço da condição?

Sim. Como visto, o momento de realizar o transplante capilar depende bastante da estabilização do problema. Dessa forma, a calvície (ou outra condição causadora da perda definitiva dos fios) precisa estar “estacionada” para que o transplante aconteça. 

Quando falamos de alopecia androgenética, ela só se estabiliza de verdade com o passar dos anos. Uma pessoa de 50 anos ou mais tem uma calvície muito mais estável que alguém de 30, mas o indivíduo não precisa esperar muito tempo para fazer sua cirurgia. 

Ao fazer o planejamento do transplante em calvícies menores, o médico considera áreas que podem ser afetadas futuramente pelo problema. Assim, pode inserir folículos em regiões que ainda não estão calvas, mas podem sofrer com a queda.

Por exemplo: o indivíduo tem entradas, mas a região frontal ainda tem cabelo. Ele pode inserir folículos no meio da região frontal para, caso ela seja afetada por rarefações, o indivíduo não precise passar novamente pela cirurgia.

Os cabelos transplantados podem cair?

O transplante capilar é permanente. Os fios não vão cair pela calvície, mas podem sim sofrer outros fatores. O que pode acontecer é que os folículos sejam afetados pelo envelhecimento, que muda a qualidade dos fios e afeta a saúde do couro cabeludo. Contudo, isso acontece com todos os folículos.

O transplante capilar substitui o tratamento clínico?

Não. Por volta de 10 dias antes do tratamento, o paciente deve interromper o uso de minoxidil, finasterida/dutasterida e outros fármacos do tratamento clínico para calvície. Poucos dias após a cirurgia, ele poderá voltar a utilizá-los normalmente — na hora de passar o minoxidil, porém, é preciso ter cuidado com as “casquinhas” no couro cabeludo, que não devem ser arrancadas. 

E o que pode acontecer se o paciente parar de vez com o tratamento? O cabelo geneticamente afetado pela alopecia continuará caindo, enquanto os fios transplantados vão crescer. O resultado ficará estranho e, provavelmente, o indivíduo vai procurar por outro transplante capilar para cobrir as novas falhas.

E quando o paciente não sofre de calvície, qual o momento de realizar o transplante capilar?

Como você deve ter visto, tudo o que foi tratado aqui refere-se a quem sofre de calvície, condição genética em que os folículos não recebem mais nutrientes e, com o passar dos anos, produzem fios cada vez mais finos, até que se fecham de vez.

O detalhe é que nem sempre o sumiço dos fios ocorre pela alopecia androgenética. Por isso, é preciso avaliar qual o caso por trás da rarefação para entender qual é o momento de realizar o transplante capilar. Vamos conhecer:

Alopecia areata

A alopecia areata é uma condição em que os fios caem em formato arredondado, deixando buracos de calvície no couro cabeludo. O problema é variável: pode afetar só a cabeça, deixar o couro cabeludo totalmente calvo (alopecia totalis), criar falhas em outras partes do corpo ou fazer com que o corpo perca todos os pelos (alopecia universalis).

O distúrbio provavelmente tem origem autoimune e não tem cura, mas tratamento. Outro aspecto importante é que os fios voltam a crescer em boa parte dos casos. Eles podem nascer brancos e, com o passar do tempo, o folículo volta a produzir com a cor original.

Nesse caso, não há momento certo para realizar o transplante capilar. Como a alopecia areata é imprevisível, o cirurgião não tem como saber quais folículos vão ou não permanecer ativos.

Alopecia cicatricial

É um tipo de alopecia em que a pele do couro cabeludo é substituída por um tecido cicatricial; já os folículos ali presentes não são capazes de se regenerar. Há várias causas por trás dela, como doenças autoimunes, infecções, queimaduras, lesões físicas, doenças genéticas e condições inflamatórias crônicas. 

Assim que perceber os sinais, o paciente deve procurar por auxílio médico para começar o tratamento e controlar o problema. Quando a alopecia cicatricial estiver estabilizada, aí sim será possível realizar um transplante capilar.

Alopecia de tração

A alopecia de tração ocorre quando os folículos são tracionados constantemente e por horas a fio. Ela ocorre por força física, por isso se diferencia da alopecia cicatricial.

Um exemplo muito comum é entre quem faz rabo de cavalo ou coque muito apertado. Para que o penteado fique liso, os fios da linha frontal e das laterais são muito tracionados. Com o tempo, essa tensão danifica os folículos capilares a ponto de danificá-los definitivamente. Dessa forma, os fios ficam mais curtos, o couro cabeludo cria pontos de pus e, por fim, os folículos frontais e laterais não conseguem mais produzir cabelo.

Além dos penteados apertados, outros fatores causadores de alopecia de tração são extensões capilares, escova e chapinha feitas de maneira muito brusca, químicas que fragilizam o cabelo e uso frequente de ferramentas modeladoras. O hábito de arrancar o cabelo enquanto está estressado, chamado de tricotilomania, também causa alopecia de tração e precisa de auxílio médico.

Quando o fator causador do problema é interrompido, alguns folículos podem sim voltar a produzir fios saudáveis. Contudo, em alguns casos o problema é irreversível e, portanto, resolvido apenas com transplante capilar.

O ideal é passar por um tratamento antes para ter certeza de quais folículos não podem mais produzir fios.

Quem pode passar pelo transplante capilar?

Homens e mulheres com mais de 18 anos, preferencialmente que estejam com a condição de rarefação dos fios estabilizada, saúde em dia e não tenham passado por doenças cardiopáticas recentemente.

Independentemente disso, o paciente vai passar por uma bateria de exames para ter certeza de que está apto a passar pelo transplante.

Quem não pode passar pelo transplante capilar?

Não podem realizar o procedimento:

  • menores de idade, portadores de alopecia areata, 
  • quem sofre de diabetes, hipertensão ou qualquer enfermidade que causa feridas no couro cabeludo;
  • quem sofreu infarto recentemente, tem arritmia cardíaca grave ou outras complicações do tipo.

É muito importante que o paciente ainda tenha uma boa área doadora em comparação com a região calva. Portanto, assim que perceber os sinais de sumiço dos fios, procure auxílio médico.

Quem realiza o transplante capilar?

Segundo o parecer 03/2023 do Conselho Federal de Medicina (CFM), o transplante capilar é ato médico, ou seja, só pode ser realizado por médicos cirurgiões plásticos e dermatologistas. Outras áreas não médicas (fisioterapia, odontologia e estética, por exemplo) não podem fazer esse procedimento.

Como visto, o momento de realizar o transplante capilar varia de acordo com o paciente. No geral, é preciso que a condição se estabilize, mas em pacientes com uma calvície muito agressiva, essa “norma” pode mudar.

Se você tem notado falhas no couro cabeludo, entre em contato com a Clínica Mauad e marque sua consulta.

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