Transplante Capilar é permanente?

Quem sofre de calvície sabe como é estressante ver os seus fios sumindo gradativamente. Se não houver um tratamento preventivo, o resultado pode ser ainda pior, já que não há nenhum fármaco ou vitamina impedindo que aquele fio caia. Porém, mesmo as áreas já calvas contam com um recurso que pode resolver essa rarefação: o transplante capilar.

O problema é que, por conta do sumiço dos fios, o paciente fica com receio de que a cirurgia seja em vão com o passar dos meses. Será que o transplante capilar é permanente? O que garante que os novos fios não vão cair?

Se você tem essas e outras dúvidas sobre transplante capilar, veio ao lugar certo. Neste texto, vamos esclarecer algumas questões. Continue a leitura.

O que é transplante capilar?

Transplante capilar é o procedimento de retirada dos fios de uma determinada região para outra. Por exemplo: o indivíduo percebe que as entradas do couro cabeludo são muito visíveis. Com o tratamento preventivo (feito com fármacos recomendados pelo médico), ele consegue “estabilizar” essa queda para que a cirurgia possa ser feita.

solicite um contato

O transplante capilar é recomendado principalmente para quem sofre de alopecia androgenética (nome científico para calvície), pois quando a área fica calva, raramente os fármacos conseguem reverter. 

Como a alopecia androgenética ocorre

A alopecia androgenética é uma predisposição do folículo capilar a atrair a DHT (di-hidrotestosterona), uma versão potente da testosterona. O esteróide masculino é convertido pela enzima 5-alfa redutase em DHT que, quando presente em um indivíduo com predisposição genética à calvície, liga-se aos folículos capilares. 

O problema é que o hormônio impede que o sangue chegue até à unidade capilar e, consequentemente, ela perde seus nutrientes. Com o tempo, os fios nascem cada vez mais fracos, até que param de surgir. Portanto, a calvície não é a queda do cabelo, e sim um decréscimo em sua produção.

O transplante capilar é definitivo?

Sim. O transplante capilar é o único procedimento capaz de devolver os fios a áreas que sofreram com a queda de cabelo definitiva, como a alopecia androgenética. Mas para eliminar a calvície de vez da região, o cirurgião só utiliza unidades capilares que não sofrem predisposição genética ao problema.

E como isso acontece? A região do couro cabeludo que compreende a linha posterior e as laterais não é atingida pela alopecia androgenética, ou seja, a DHT não consegue se ligar às unidades capilares ali presentes. Por isso, os folículos transplantados serão retirados dessa área e transferidos para as regiões calvas.

Qualquer indivíduo pode fazer transplante capilar?

Não. A principal recomendação é para indivíduos com alopecia androgenética, já que a queda é definitiva — os folículos da região afetada, quando não tratados, param de produzir fios e “morrem”. Portanto, apenas a cirurgia pode devolver o crescimento à área.

Só que a calvície não é a única razão para a queda de cabelos. A alopecia areata, por exemplo, causa a queda de cabelo em “tufos” que deixam buracos arredondados no couro cabeludo e em outras partes do corpo. Se o cirurgião fizer o transplante, os fios transplantados podem ser “atacados” pelo sistema imunológico e caírem da mesma forma. Além disso, em muitos casos o cabelo que cai volta a crescer. Esse tipo de condição é muito imprevisível e, por isso, deve ser tratada com medicamentos.

Antes de passar pelo transplante capilar, é essencial passar por uma avaliação médica.

O transplante capilar é feito com fios naturais ou artificiais?

O transplante capilar também pode ser feito com fios artificiais. Nesse caso, é chamado de implante capilar. Contudo, por mais natural que o resultado possa parecer, ele não traz a flexibilidade que os fios naturais trazem. 

Com o transplante capilar, você pode deixar o cabelo crescer até onde a capacidade do folículo permite — algo que o implante não vai permitir, já que ele não conta com a possibilidade de crescimento. Com o cabelo artificial, é essencial manter o mesmo corte sempre para que não fique perceptível uma diferença de tamanho entre os fios naturais e os artificiais.

O transplante de cabelo atrapalha o crescimento dos fios?

Não. Os fios crescem na mesma velocidade de sempre, principalmente se todos os fios forem transplantados do próprio couro cabeludo. Quando saem da perna, tórax ou barba, obedecem a um tempo de crescimento diferente, mas que não é interferido pela cirurgia ou por um corte de cabelo.

O transplante de cabelo natural também permite que o usuário, caso tenha se cansado do corte, passe os fios à máquina. Logo depois, eles crescerão normalmente. 

É possível transplantar fios de outro doador?

Não. Os fios transplantados serão apenas do próprio paciente. Isso evita que o corpo perceba os folículos como um agente invasor, o que vai acarretar a reação do sistema imunológico. 

Dessa forma, o indivíduo teria que tomar uma série de remédios para apaziguar esse ataque do organismo, mas os prejuízos seriam muito maiores do que a vantagem estética causada pela cirurgia. E, antes de tudo, o cirurgião prioriza a saúde do paciente.

Quais os tipos de transplante capilar?

As duas técnicas de transplante capilar utilizadas atualmente são a FUT e a FUE. Elas se referem principalmente à forma como as unidades capilares são retiradas do couro cabeludo.

FUT (Follicular Unit Transplantation)

Primeira técnica de transplante capilar da medicina, a FUT é a retirada de uma estreita, porém extensa faixa de couro cabeludo para a coleta de unidades capilares. É a técnica ideal para quem tem uma calvície mais extensa, pois permite que o cirurgião retire uma grande quantidade de folículos de uma vez só.

Outra vantagem da FUT é que ela não exige a raspagem dos fios e costuma ter menor desperdício de folículos, já que a sua retirada oferece menor risco de danificar alguma unidade folicular. Contudo, deixa uma cicatriz fina e linear no couro cabeludo, que é coberta pelo cabelo ao redor. 

A técnica FUT também é chamada de strip harvesting .

FUE (Follicular Unit Extraction)

Já a FUE é a técnica em que o cirurgião remove folículo por folículo do couro cabeludo. Para fazer esse trabalho, o profissional costuma usar o punch, um instrumento com uma ponta em microcânula para a remoção do bulbo. 

Assim, em vez de uma cicatriz fina e linear, o indivíduo fica micro cicatrizes puntiformes que desaparecem com o crescimento dos fios. Como a retirada das unidades é individual, o procedimento é mais indicado para quem tem uma queda capilar ainda no início.

O ideal é que o cirurgião faça a raspagem dos fios para fazer a remoção com mais facilidade.

Além de não deixar cicatrizes, a técnica FUE costuma ter uma recuperação mais rápida, já que é menos invasiva.

Em casos mais avançados, o cirurgião pode combinar a FUT e a FUE para um resultado melhor. 

BHT (Body Hair Transplantation)

Existe ainda a técnica body hair (BHT), em que o profissional remove unidades capilares de outras partes do corpo para colocá-las no couro cabeludo. É mais utilizada para calvície severa, já que a área doadora da cabeça não será suficiente para cobrir toda a região calva. Barba, tórax, abdome e região pubiana são exemplos de regiões doadoras.

É preciso lembrar que a textura, a espessura e a velocidade de crescimento de cada uma das regiões doadoras são diferentes. Para que o resultado seja natural, o cirurgião utiliza os folículos do couro cabeludo nas linhas frontais e deixa os pelos de outras regiões para preencher o centro.

Na BHT, a técnica de remoção de unidades capilares para a área doadora é a FUE.

Os fios voltam a crescer na área doadora?

Não. Quando o cirurgião remove o folículo capilar, ele retira a unidade capaz de produzir novos fios na região. Portanto, não há como nascer um novo cabelo ali. 

Então, como fazer para que a área doadora não fique igualmente calva? O profissional deve remover os folículos de uma forma que aqueles que restarem possam “cobrir” a falta dele. Na técnica FUE, por exemplo, o cirurgião deve tirar um folículo capilar a cada cinco. Assim, a região não fica com buracos. Já na FUT, a faixa não pode ser extensa o suficiente para não ser coberta pelos fios ao redor. Além disso, a altura dela não pode deixar a pele repuxando, causando desconforto ao paciente. 

O transplante capilar substitui o tratamento preventivo?

Não. Ao contrário: o transplante capilar, o uso de inibidores de 5-alfa redutase (finasterida e dutasterida), minoxidil e tratamentos como a mesoterapia funcionam como aliados do transplante capilar. Afinal, enquanto a cirurgia “devolve” o cabelo a áreas com rarefação, os fármacos evitam que outros folículos parem de produzir fios.

Se quer outro argumento a favor do tratamento, é só pensar que a prevenção evita que os fios caiam e formem “buracos” próximos aos locais onde se fez o transplante. Por fim, ele evita também que o paciente precise fazer novos transplantes — lembre-se de que a área doadora pode não dar conta das novas áreas rarefeitas.

Como visto, o transplante capilar traz uma série de vantagens. O cirurgião utiliza folículos que não sofrem de alopecia androgenética, a recuperação é rápida e, ainda por cima, as cicatrizes ficam cobertas pelos próprios fios — no caso da FUE, é como se elas não existissem. Você não precisa se preocupar: tomando os cuidados certos (boa alimentação, lavagem correta e tendo cuidados no pós-operatório), o procedimento será permanente. 

E para que seu transplante capilar seja bem-sucedido, conte com quem tem experiência de décadas no assunto. Entre em contato com a Clínica Mauad e marque sua consulta.

solicite um contato