É possível transplantar fios de outras áreas do corpo?

Fazer uma cirurgia para resolver o problema da calvície é o sonho de muita gente. Contudo, quem já apresenta rarefações em estágio avançado pensa que não pode passar pelo procedimento, já que não há área doadora suficiente no couro cabeludo para suprir. Mas você sabia que o cirurgião pode transplantar fios de outras áreas do corpo?

O que antes parecia impossível hoje é realidade. Com técnicas avançadas e experiência do cirurgião, é possível utilizar folículos de outras partes para suprir as regiões rarefeitas do couro cabeludo. Veja como funciona.

Dá para transplantar fios de outras áreas do corpo?

Sim. Chamada Body Hair (BHT), a técnica utiliza o mesmo método da FUE (retirada de folículo por folículo) para retirar os folículos capilares de partes específicas do corpo e transplantá-los no couro cabeludo.

De quais áreas do corpo é possível retirar folículos?

Antes de tudo, é preciso que o cirurgião tenha vasta experiência em transplante capilar, já que é mais complexo fazer a extração de unidades foliculares de outras áreas além do couro cabeludo. Algumas regiões que podem doar folículos são tórax, pescoço, barba, abdômen e até mesmo a área pubiana.

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Por que a primeira opção de fios transplantados é do couro cabeludo?

Pode parecer loucura transplantar fios do próprio couro cabeludo para cobrir a área calva, mas em uma mesma sessão é possível redistribuir 7 mil fios. Contudo, pode vir a questão: esses fios não vão cair depois?

Não! Para tirar essa dúvida com mais clareza, é preciso entender como a alopecia androgenética, conhecida popularmente como calvície, funciona.

Como ocorre a calvície?

A testosterona é considerada por muitos a principal responsável pela calvície — é por isso que a maior parte dos calvos do mundo é homem. Contudo, ela não fará nada se não for sintetizada pela enzima 5-alfa-redutase (5AR), responsável por convertê-la em di-hidrotestosterona (DHT).

A DHT é uma versão muito mais potente da testosterona. É responsável por deixar a voz mais grave, engrossar os pelos e aumentar a libido. O problema é quando ela se acopla em folículos capilares com receptores compatíveis a ela. Dessa forma, o esteroide começa a diminuir a chegada de sangue ao local, responsável por nutrir o folículo. Com o tempo, a unidade capilar se fecha até “morrer”e se torna incapaz de produzir mais cabelo.

Quando o folículo chega nesse estágio, apenas o transplante capilar é capaz de fazer com que novos fios surjam na região.

Você pode achar, contudo, que isso não responde à questão anterior: por que a primeira opção de fio transplantado é justamente a do couro cabeludo? Porque nem todos os folículos sofrem com a calvície, por mais extensa que seja.

Há uma faixa do couro cabeludo, que compreende as laterais e a área posterior pouco acima da nuca, que não é afetada pelo problema,ou seja, a DHT não é capaz de impedir que o folículo piloso da região continue trabalhando. A partir dali, o cirurgião pode retirar milhares de fios — lembrando que cada unidade capilar pode produzir de um a quatro deles — para redistribuir. Portanto, na maioria dos casos o couro cabeludo que passa pelo transplante não ficou mais “cheio” e sim mais homogêneo. 

Pode haver rejeição do corpo ao transplantar fios de outras áreas do corpo?

Não. Os fios transplantados são retirados do próprio paciente, portanto o organismo não vai tratá-los como “corpos estranhos”. 

É preciso lembrar que o transplante capilar sempre é feito com unidades capilares retiradas do próprio paciente. Até seria possível utilizar fios de outro doador. Contudo, as chances de rejeição e a quantidade de remédios essenciais para evitá-las não tornam esse tipo de cirurgia viável.

Outro fator que precisa ser esclarecido ao paciente é que, por volta de 30 dias após a cirurgia, todos os fios transplantados vão cair. Isso ocorre porque os folículos estão a pleno vapor, portanto o cabelo antigo precisa dar espaço para que o novo possa crescer. Portanto, não é preciso se assustar quando essa queda acontecer. 

Como é feito o transplante?

Como visto, a body hair technique utiliza o mesmo método de retirada da FUE. Mas como é feito esse transplante?

Muito procurada nas últimas décadas, a Follicular Unit Extraction é uma técnica de transplante capilar que, em vez de retirar uma faixa de cabelo e dividir as unidades capilares depois, remove folículo por folículo unitariamente.

Para não formar buracos, o cirurgião costuma fazer o seguinte cálculo: retira um folículo a cada cinco. Assim, a remoção fica praticamente imperceptível. 

Nesse contexto, o profissional vai analisar a área com fios mais semelhantes ao formato e espessura daqueles nascidos no couro cabeludo. Dessa forma, ele começa a retirar cada unidade capilar com um aparelho específico para a técnica. Na hora do transplante, as microcicatrizes são cobertas pelo crescimento dos fios. Portanto, tornam-se imperceptíveis.

Em quais casos é recomendado transplantar fios de outras áreas do corpo?

A body hair é uma técnica especialmente indicada para indivíduos com alopecia androgenética em estágio avançado, em que a área doadora não é suficiente para cobrir toda a parte calva do couro cabeludo. No geral, o cirurgião fará o possível para utilizar apenas folículos da cabeça, justamente para que todo o cabelo possa crescer de maneira uniforme e tenha a mesma espessura. 

A BHT é uma cirurgia minimamente invasiva, ou seja, a remoção e a reinserção são feitas com o mínimo de corte e profundidade — e mesmo assim o procedimento é feito de forma plena, com mínima resposta inflamatória.

Como é feita a distribuição desses folículos?

Cada tipo de pelo tem textura, tamanho máximo e velocidade de crescimento muito distintos. É só pensar no pelo da barba em comparação com o do tórax: o primeiro costuma ser bem mais grosso e ter mais extensão. 

Na BHT, além de transplantar fios de outras áreas do corpo, as unidades capilares saudáveis também são utilizadas. Elas serão colocadas principalmente nas regiões mais visíveis do couro cabeludo, como a linha da testa. Os pelos do restante do corpo serão utilizados para deixar a região mais cheia, mas estarão misturados a outros folículos da própria cabeça.

Para fazer a escolha certa, o cirurgião vai examinar qual o tipo de fio presente no couro cabeludo do indivíduo. Se for mais grosso, o da barba será uma escolha melhor. Por ter bom crescimento e mais espessura, ela preenche o cabelo com mais facilidade e se mescla perfeitamente com os outros fios. Se o indivíduo tiver fios finos, porém, o ideal é utilizar o do tórax.

Antes de fazer a cirurgia, o médico fará um planejamento para saber onde e como distribuir cada tipo de pelo.

Quem passa pela BHT deve parar com o tratamento clínico?

Nenhum paciente que passa por um transplante capilar deve abandonar o tratamento clínico. Enquanto a cirurgia faz com que áreas calvas possam ter fios, os fármacos evitam que a calvície avance com mais força. Isso é essencial para evitar “ilhas” capilares, ou seja, quando a área calva é intercalada por “tufos” de cabelo transplantado.

Quais são os tratamentos que complementam o transplante capilar?

Para que o transplante capilar continue com a mesma estética de quando atinge seu resultado final (um ano após a cirurgia), é preciso investir em um tratamento que faça o possível para garantir que o folículo capilar cumpra seu ciclo de produção de fios.

Os fármacos mais famosos são:

Finasterida/dutasterida

Os dois medicamentos antiandrógenos funcionam como inibidores da enzima 5AR, impedindo a conversão da testosterona em DHT. Dessa forma, diminui-se consideravelmente a quantidade de esteroides capazes de se ligar aos folículos capilares.

Além do uso no tratamento dos fios, a finasterida também é recomendada para tratar hiperplasia prostática benigna, condição em que a próstata aumenta e bloqueia o fluxo da urina.

A finasterida continua sendo o principal medicamento utilizado para bloquear a ação da 5AR. Porém, hoje o mercado também oferece a dutasterida, versão mais potente e com resultados comprovadamente mais rápidos.

Minoxidil

O minoxidil é uma solução hidroalcoólica de uso tópico para aplicação nas áreas em que o cabelo se encontra rarefeito. Ela tem função vasodilatadora, ou seja, aumenta o calibre dos vasos e também a circulação sanguínea na região. Além disso, auxilia a prolongar a fase anágena (nascimento e crescimento) do fio.

Em alguns casos, a substância também é utilizada para preencher falhas na barba e nas sobrancelhas.

As concentrações costumam variar entre 2, 3 e 5%. As duas primeiras são mais indicadas para mulheres, enquanto a última costuma ser utilizada por homens.

Atualmente, também é possível encontrar o minoxidil em cápsulas que, ao que parece, proporcionam resultados mais rápidos.

Como visto, qualquer pessoa fisicamente saudável e que sofra de alopecia androgenética pode passar pelo transplante — até mesmo aquelas com calvície em estágio avançado. Para isso, o cirurgião utiliza a técnica BHT para transplantar fios de outras áreas do corpo e inseri-los no couro cabeludo. 

É preciso, contudo, manter os cuidados. O transplante vai resolver o problema das regiões onde os folículos não são mais capazes de produzir fios; já os medicamentos vão impedir ou retardar o avanço da calvície. Quem passar pela cirurgia precisa continuar o tratamento para manter os fios sempre bonitos.

Lembre-se também de que os fios transplantados não sofrem de alopecia. Portanto, não vão cair caso o paciente pare de fazer o tratamento preventivo.

E se você tem vontade de fazer um transplante capilar, entre em contato com a Clínica Mauad e agende sua consulta!

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