Resultado do transplante capilar: quais fatores influenciam?

O implante de fios nada mais é do que a redistribuição dos pelos presentes no couro cabeludo para que o resultado fique mais homogêneo. Para muitas pessoas, a cirurgia é a chance de se ver novamente com uma aparência agradável. Contudo, há fatores que interferem no resultado do transplante capilar.

Será que é possível fazer um tratamento adjacente ou isso vai atrapalhar? Quando é a melhor hora de fazer a cirurgia? Todos os tipos de alopecia podem passar pelo procedimento? Veja quais fatores influenciam no resultado do transplante capilar!

O que influencia no resultado do transplante capilar

Veja o que pode deixar a cirurgia mais ou menos interessante com o passar do tempo, além do que pode ou não impedir sua execução.

Tipo de alopecia

Existe uma série de tipos de alopecia. Contudo, nem todas elas vão gerar um bom resultado do transplante capilar. Neste tópico, você vai conhecer um exemplo de qual pode e outro que não pode passar pela mesa de cirurgia.

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Alopecia androgenética

Conhecida popularmente como calvície, a alopecia androgenética é o principal causador de perda de cabelo em homens, mas também afeta mulheres. Ela ocorre principalmente no público masculino porque está intrinsecamente ligada à testosterona.

A enzima 5-alfarredutase (5AR) converte o esteroide masculino em di-hidrotestosterona (DHT), uma versão muito mais potente da testosterona. Sua função é trazer características comuns ao homem, como pelos corporais, engrossamento da voz e aumento de libido. Contudo, quem tem receptores de DHT no couro cabeludo acaba atraindo esse hormônio, que impede a chegada de nutrientes e, consequentemente, o desenvolvimento dos pelos. O folículo, portanto, deixa de ser “alimentado”, acaba se fechando e morre.

Além disso, ao ligar-se aos receptores dos bulbos capilares, o DHT progressivamente reduz o número de células que produzem cabelo. Consequentemente, há uma miniaturização dos fios (que vão se tornando cada vez mais finos e fracos), até que a produção cessa de vez.

Por fim, outro efeito provocado pelo DHT é a redução no tempo da fase anágena, ou seja, o tempo de crescimento do cabelo. Com isso, há menos tempo disponível para que os fios cresçam, chegando mais cedo ao momento da queda.

Nem todos os fios são comprometidos

Vale destacar que nem todos os folículos do couro cabeludo têm esse código genético de ligação ao DHT. A faixa que compreende as laterais e a parte posterior do couro cabeludo não sofrem com a calvície. Por isso, o resultado do transplante capilar é eficaz: ele utiliza unidades capilares que não vão cair com o passar do tempo (a não ser que sofram algum tipo de trauma).

Outro fator importante é que a queda de cabelo não é resultado da calvície — nesse tipo de alopecia, os fios somem, e não caem. Eles ficam tão finos e ralos que chegam a ser invisíveis, até que os folículos param de produzi-los. Portanto, o indivíduo que perceber uma queda brusca de cabelo deve procurar por auxílio médico e fazer os exames necessários para descobrir qual o problema por trás dela.

Alopecia areata

Já a alopecia areata, conhecida popularmente como pelada, não permite a realização do transplante capilar por ser uma doença autoimune, ou seja, o próprio organismo “se ataca” pensando ser um inimigo. Nesse caso, o médico vai avaliar qual o melhor tipo de tratamento, mas o ideal é que o paciente também tenha o auxílio de um psicólogo e/ou psiquiatra, já que um dos gatilhos do problema é a ansiedade.

Proporção da área doadora

É preciso destacar que nem sempre o resultado satisfatório será obtido na primeira sessão. Isso porque os fios do couro cabeludo não são multiplicados e sim redistribuídos. Portanto, quanto mais avançada for a rarefação, menos denso será o resultado do transplante capilar.

Para que haja um bom equilíbrio, o cirurgião costuma ir na proporção 5 x 1: ele retira um folículo capilar a cada cinco disponíveis na área doadora. Essa conta, claro, só é possível quando o procedimento feito é pela técnica FUE.

Durante a consulta, o cirurgião vai avaliar com tricoscopia se a área doadora é densa o suficiente para a cobertura total da região receptora. Com isso, é possível alinhar expectativas de acordo com a proporção.

Calibre e textura dos fios

A espessura dos fios influencia no resultado do transplante capilar, já que o cabelo mais grosso costuma ter mais volume, mesmo que a quantidade de fios seja menor. O contrário, porém, exige mais retirada para que a área pareça menos rarefeita.

O formato também pode influenciar: fios encaracolados são mais difíceis de extrair, mas trazem mais volume no resultado do transplante capilar. Como os folículos são retirados um por um no transplante FUE, o cirurgião os coloca numa angulação adequada para proporcionar um couro cabeludo preenchido.

Por fim, também é preciso pensar na quantidade de fios produzidos por unidades foliculares. Uma unidade pode proporcionar até 4 fios; quanto mais unidades do tipo estiverem disponíveis no couro cabeludo, melhor será a redistribuição e menor a retirada.

Tratamentos complementares

Quem sofre de alopecia androgenética passará pelo problema a vida inteira. Há cirurgiões que preferem que a calvície do paciente se estabeleça antes de fazê-lo passar pela cirurgia. Já outros acreditam que, quanto mais rápido ele fizer, melhor será o resultado do transplante capilar, já que a quantidade de folículos necessária vai ser menor.

É importante destacar, contudo, que o problema exige tratamento a vida inteira. Até uma calvície estabilizada pode passar por um desencadeamento bruto de queda capilar. Além disso, mesmo quem se trata estará vulnerável ao problema, já que esses “surtos” não têm uma causa conhecida. Porém, quem não faz tratamentos complementares está muito mais vulnerável ao problema.

Outro fator importante é que os tratamentos complementares agem apenas nos folículos ainda ativos. Portanto, eles não substituem o transplante capilar, que vai redistribuir as unidades que não sofrem de calvície e deixar o couro cabeludo mais homogêneo.

Conheça alguns deles.

Inibidores de 5α-redutase (5AR)

Como visto, a 5α-redutase é a responsável por converter testosterona em DHT — que se acopla nos folículos com predisposição à calvície e faz com que eles diminuam a produção até cessar de vez. Então os inibidores trabalham diminuindo a produção da enzima, que consequentemente diminui o DHT disponível no organismo.

Os inibidores mais conhecidos atualmente são a finasterida e a dutasterida.  

A finasterida é inibidor da enzima tipo II, tem vida média variável de seis a oito horas e reduz o nível de di-hidrotestosterona (DHT) em 70% quando usada na dose de 5mg/dia. O tratamento deve ser contínuo, já que os níveis de DHT voltam ao normal 14 dias após a descontinuação do tratamento com finasterida oral. Espera-se que em 12 meses após a interrupção do tratamento haja reversão do resultado atingido.

Já a dutasterida é inibidor da enzima dos tipos I e II, tem vida média de quatro semanas, reduzindo o nível de DHT em mais de 90% quando usada na dose de 0,5mg/dia. Por isso, é considerada mais eficaz  — três vezes mais potente em inibir a 5AR tipo I e 100 vezes mais potente com a tipo II.

Ambos os medicamentos são alvos de críticas, pois muitos acreditam que possam interferir na libido e desempenho sexual. Contudo, os casos do tipo costumam ser baixos e reversíveis após a interrupção do tratamento.

Já para os casos femininos, tratamentos com moduladores hormonais — anticoncepcionais orais e espironolactona, por exemplo — podem ser úteis.

Minoxidil

Um dos tratamentos mais conhecidos para a calvície é o minoxidil, uma solução hidroalcoólica de aplicação tópica duas vezes ao dia. No geral, mulheres utilizam uma mistura com concentração de 2% de minoxidil, enquanto homens utilizam de 3% a 5%. 

O minoxidil age como um vasodilatador, aumentando o calibre dos vasos sanguíneos e, consequentemente, a circulação de sangue no local. Isso faz com que os bulbos capilares sejam mais “alimentados”, já que os nutrientes necessários para o crescimento do cabelo são levados pela corrente sanguínea.

Há também a versão em comprimido da substância, que também conta com variações de concentração.

Laser 1550nm

O laser de Erbium Glass 1550nm atua diretamente no couro cabeludo. Sua ação é voltada ao ciclo capilar: ele estimula os fios a entrarem na fase anágena (de crescimento) com mais rapidez. O tratamento também deixa o cabelo mais firme, volumoso e nutrido. 

O laser de Erbium Glass 1550nm pode ser associado ao uso de inibidores, ou seja, o paciente pode passar pelas aplicações e ingerir finasterida/dutasterida concomitantemente.  

Intradermoterapia Capilar

Também chamada de mesoterapia, a intradermoterapia capilar é um tratamento feito diretamente no couro cabeludo. Por meio de microagulhas, aplicam-se vitaminas e medicamentos capazes de estimular o crescimento e interromper ou diminuir a queda. A inserção direta das substâncias também estimula a produção de colágeno. 

Outro benefício é que o tratamento é capaz de bloquear a ação do DHT. Por ser aplicado diretamente no couro cabeludo, acaba sendo mais veloz do que o medicamento ingerido. Contudo, a mesoterapia pode ser utilizada ao mesmo tempo que a finasterida.

A mesoterapia capilar costuma ter de 4 a 10  sessões, com 7 a 15 dias de intervalo. 

Microagulhamento

Como o nome sugere, o microagulhamento ou MMP (Microinfusão de Medicamentos na Pele) utiliza microagulhas para estimular o crescimento do fio. Da mesma forma que a mesoterapia, uma máquina com microagulhas realiza pequenas perfurações no couro cabeludo e introduz na epiderme medicamentos como minoxidil, finasterida, vitaminas e anti-inflamatórios. 

O microagulhamento é relativamente menos doloroso que a mesoterapia, já que suas agulhas têm calibre um pouco menor. Contudo, a medicação demora mais tempo para ser absorvida. São recomendadas de 3 a 6 sessões, com um mês de intervalo entre elas.

Viu como diversos fatores podem influenciar no resultado do transplante capilar? Para saber mais sobre o procedimento, entre em contato com a Clínica Mauad e marque sua consulta!

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