Transplante FUE: história das técnicas até os dias de hoje

O surgimento do transplante FUE foi um divisor de águas na cirurgia de transplantação de bulbos capilares. Apesar de o FUT ainda ser muito utilizado e ter indicações específicas, o aparecimento de uma nova técnica mudou todo o segmento dermatológico capilar. 

Para que fosse possível o surgimento do transplante FUE, porém, foram mais de seis décadas de estudo e trabalho de médicos no mundo inteiro. Hoje, a técnica é uma das mais utilizadas por seu resultado natural e ausência de cicatrizes. Veja como ela funciona.

Primeiros passos do transplante capilar

O transplante capilar teve seu surgimento em 1939, no Japão. O dr. Shoji Okuda trabalhava com pacientes queimados que haviam perdido fios. Ele, que começou a transplantar enxertos de pele do couro cabeludo em outras áreas rarefeitas, percebeu que os enxertos continuavam produzindo fios mesmo não estando mais em sua área de origem.

O mais curioso do trabalho é que ele nunca pensou em utilizar essa técnica para tratamento da calvície.

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Okuda escreveu cinco séries de artigos chamada , conhecidas informalmente como “Okuda Papers”. Eles relatavam mais de 200 cirurgias bem-sucedidas feitas pelo médico japonês.

Publicados em 1939, os artigos foram escritos usando kanjis antigos (pictogramas japoneses) e, portanto, são em parte ininteligíveis para os leitores médicos japoneses modernos. 

Segunda Guerra Mundial

O desconhecimento acerca da técnica do doutor Okuda, porém, fez com que demorassem a reconhecê-lo como o verdadeiro pai da técnica de transplante capilar e, ainda por cima, o real criador da FUE. Mas isso não foi intencional: por causa da eclosão da Segunda Guerra Mundial, este trabalho seminal permaneceu praticamente desconhecido fora do Japão. 

Somente na década de 1970, o cirurgião e professor alemão H.C. Friederich redescobriu o trabalho do Dr. Shoji Okuda. Eventualmente, os papéis de Okuda foram redescobertos e traduzidos para o inglês em 2004 pelo Dr. Yoshihiro Imagawa (ginecologista aposentado formado nos EUA, pai do cirurgião japonês de transplante de cabelo Kenichiro Imagawa). Portanto, os escritos do primeiro “pai” do transplante capilar ficou praticamente indisponível para dermatologistas e cirurgiões por mais de 70 anos.

Entendimento da alopecia

Apesar de os estudos do Dr. Okuda sumirem na II Guerra, a década de 1950 foi de muito investimento em propostas de técnicas cirúrgicas que pudessem reverter os efeitos da calvície. Embora fossem efetivas, muitas delas deixavam sequelas tanto na área doadora quanto na receptora, além de um efeito estético muito artificial.

Foi nessa década que o Dr. Norman Orentreich descobriu que a região occipital do couro cabeludo masculino tem menos receptores andrógenos que a frontal, portanto sofre menos com a alopecia androgenética. Foi nessa época que ele percebeu que quando os fios da parte posterior da cabeça eram transplantados para a área calva, mantinham as características da área doadora. Esta constatação, portanto, constitui o alicerce da atual cirurgia de transplante capilar. 

Em 1959, o Dr. Norman Orentreich relatou sua técnica de macroenxerto. Esse tipo de transplante ficou muito famoso na época. Muitos médicos foram treinados por ele, que ficou conhecido como o pai do transplante capilar. 

Avanço nas técnicas

Foi a partir da década de 1980 que o transplante capilar teve mais avanços significativos, principalmente com relação à naturalidade do resultado. Foi nessa década, aliás, que começaram a surgir técnicas que, mais tarde, seriam conhecidas como o transplante FUE.

Até então, as técnicas eram feitas com grandes punches do couro cabeludo, que davam o aspecto de “cabelo de boneca” no paciente. Tempos depois, evoluiu para a FUT, ou seja, a retirada de uma faixa de couro cabeludo de orelha a orelha com a separação dos folículos em nível de microscópio. 

Em 1984, o Dr. Headington publicou um um trabalho sobre o couro cabeludo que ajudou a medicina moderna a entender melhor a estrutura dos folículos capilares, o que contribuiu significativamente para a modernização das técnicas de transplante de cabelo. Ele foi o responsável por descrever o conceito histológico de unidade folicular (UF) — unidade anatômica que contém pele, pêlo, raiz, glândula sebácea e tecido celular subcutâneo. Cada UF pode ter de um a quatro fios.

Foi também nesse período que Nordström descreveu o conceito de micro e mini-enxertos, mais finos que os punches utilizados até então para fazer o transplante. Mas foi por meio do trabalho do cirurgião plástico brasileiro Carlos Oscar Uebel que o uso desses enxertos começou a ser implementado em outras cirurgias.

Na década de 1990, o uso das unidades capilares substituiu os micro e mini-enxertos, o que trouxe naturalidade aos transplantes.

Surgimento do transplante FUE

A medicina, principalmente a dermatológica, precisou passar por todo esse caminho até chegar ao transplante FUE, uma das técnicas preferidas por médicos e pacientes.

Em 1992, o Dr. Rassman fundou o New Hair Institute (NHI), no qual desenvolveu diversas técnicas e tecnologias voltadas ao transplante capilar. Seus avanços permitiram que cirurgiões realizassem transplantes capilares com um grande número de enxertos muito pequenos, que pareciam totalmente naturais pela primeira vez . 

Ele também apresentou seus avanços em reuniões médicas ao redor do mundo e os publicou em revistas médicas e em livros didáticos. Além disso, foi pioneiro nos transplantes capilares de grande sessão, pois foi o primeiro a realizar de 2 mil a 4 mil enxertos em uma única sessão. O Transplante de Unidade Folicular (1995) e o transplante FUE (2002), ambas técnicas pioneiras, foram criadas por ele.

Na época, a técnica ainda era rudimentar, mas ainda assim apresentava resultados muito mais naturais. Com o passar dos anos, a globalização e a tecnologia permitiram o desenvolvimento da técnica, que hoje apresenta um efeito totalmente natural.

Taxas de perdas do transplante FUE

A taxa de perdas do transplante FUE é também muito baixa, ou seja, quando o cirurgião fizer a remoção do folículo, dificilmente ele não será utilizado. 

Como visto, o transplante FUE é uma das técnicas mais utilizadas no mundo. Nos últimos 20 anos desde sua criação, ele foi aprimorado tanto na técnica em si quanto na tecnologia.

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