O que é implanter e como ele é usado no transplante capilar

Na técnica FUE, os folículos capilares são removidos e recolocados um por um nas áreas calvas do couro cabeludo. Contudo, por mais precisa que a mão do cirurgião seja, ele pode perder o controle nas punções manuais depois de horas de cirurgia. Então o que fazer para que o resultado seja satisfatório durante todo o procedimento? Para solucionar esse problema, surgiu o implanter.

Se você pensa em fazer transplante capilar, é muito importante entender como a cirurgia funciona. Afinal, o conhecimento traz mais segurança, além de permitir que a escolha do profissional responsável seja mais fácil. Saiba o que é implanter e como ele trabalha durante a execução do procedimento.

O que é implanter?

É o aparelho responsável por colocar as unidades foliculares sem que haja contato direto da mão do cirurgião com o couro cabeludo. Para isso, o aparelho faz incisões ao mesmo tempo em que insere o cabelo na região calva. Além disso, para que o resultado fique natural, o re-enxerto dos fios é feito de acordo com a profundidade, a angulação e a direção dos fios.

O uso de implanters foi revolucionário para as técnicas de transplante capilar. Aliado a agulhas de calibre menor e microlâminas 0,7mm, foi possível alcançar uma densidade de unidades foliculares (ufs) acima de 45 por centímetro quadrado. Resumidamente, agora é viável obter um couro cabeludo mais denso (na medida do possível) e, principalmente, homogêneo.

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A técnica FUE deixa microcicatrizes praticamente invisíveis, já que elas sumirão com o crescimento do couro cabeludo.

Como o implanter surgiu?

Para entendermos o surgimento do implanter, precisamos conhecer também a história do transplante capilar.

O primeiro desenvolvimento de uma técnica de transplante capilar surgiu no Japão, em 1939. O dermatologista Shoji Okuda trabalhava com pacientes queimados. Ao perceber que os enxertos de couro cabeludo transplantados continuavam produzindo fios, desenvolveu uma técnica própria de transplante capilar, que incluía um punch de sua autoria. 

Okuda escreveu cinco séries de artigos conhecidas informalmente como “Okuda Papers”, que relatavam mais de 200 cirurgias bem-sucedidas feitas pelo médico japonês. 

Os documentos foram escritos usando kanjis antigos (pictogramas japoneses) e, portanto, são em parte ininteligíveis para os leitores médicos japoneses da atualidade. Além disso, a maior parte deles foi perdida na Segunda Guerra. Os escritos foram redescobertos 70 anos depois, com a tradução feita pelo Dr. Yoshihiro Imagawa em 2004.

Há também registros de 1943 sobre transplantes feitos pelo Dr.Haijme Tamura em pacientes com hanseníase.

Entendeu como o implanter funciona? Como visto, ele se desenvolveu com as técnicas de transplante capilar e hoje é essencial para os dois tipos de cirurgia. Mas para saber mais sobre o assunto, conheça um pouco da história do transplante capilar.

Primeiro transplante capilar em alopecia

Os registros ocidentais de transplante capilar eram feitos em pacientes que não sofriam do mal da alopecia — a intenção dos médicos, aliás, nunca foi o tratamento desse tipo de problema. Contudo, em 1959 o Dr. Norman Orentreich, conhecido como o pai do transplante capilar moderno, propôs a ideia de “dominância do doador” em seu artigo. Segundo ele, os folículos capilares conseguiam reter as características do local doador, incluindo velocidade de crescimento, textura, cor e ciclos capilares.

A técnica utilizada por ele hoje é conhecida como Okuda-Orentreich.

Atualmente, sabe-se que, na alopecia de padrão masculino ou feminino, os folículos das áreas doadora e receptora não carregam os mesmos genes. Na área receptora, eles são geneticamente modificados para atrair di-hidrotestosterona (DHT), hormônio responsável por impedir que os nutrientes cheguem aos fios. Já os das laterais e da parte posterior do couro cabeludo não sofrem com esse problema. É por isso que, mesmo com o passar do tempo, eles não vão sumir por conta da calvície.

Finalmente, o implanter

Em 1969, o então paramédico Jeongki Paek, que trabalhava com pacientes que sofriam de hanseníase na comunidade de Sorokdo, na Coreia do Sul, transplantou fios de cabelo para a sobrancelha de um indivíduo enfermo. Esse evento ficou conhecido como o primeiro caso de transplante capilar no país.

No início, Paek utilizava um minienxerto, mas acabou desistindo por não considerar o resultado natural. Em vez disso, desenvolveu uma espécie de implanter, que fazia o transplante de fios únicos de um local para outro. Acredita-se que mais de 3 mil pacientes com hanseníase passaram pelas mãos de Paek.

Testemunhando o sucesso da técnica do paramédico, um cirurgião chamado Youngchul Choi aprendeu o método e aperfeiçoou a ferramenta original. O implanter, chamado de Choi, é muito utilizado até hoje. 

Como é feita a técnica FUE?

Follicular Unit Extraction (FUE) é uma técnica minimamente invasiva que é considerada uma microcirurgia por usar instrumentos muito pequenos. São feitos micropunchs de, no máximo, 0.9 mm para a retirada de folículo por folículo do couro cabeludo. Para que não surja uma rarefação na área doadora, o cirurgião faz uma média de retirada de um folículo a cada cinco. Assim, consegue manter a área homogênea.

Depois, eles são recolocados seguindo o planejamento prévio.

E a técnica FUT?

Também chamada de Strip Harvesting, na técnica Follicular Unit Transplantation (FUT) o cirurgião retira uma fina faixa de couro cabeludo, geralmente de 1 a 2 cm de largura por 25 a 30 cm de comprimento, com folículos suficientes para cobrir a área calva. Nesse caso, há a formação de uma fina cicatriz linear, mas ela será coberta pelos fios de cabelo crescidos. 

Após essa retirada, todas as unidades foliculares são separadas para, posteriormente, serem recolocadas no couro cabeludo por meio do implanter. Essa colocação segue um planejamento prévio para que não haja áreas mais concentradas do que outras. 

A técnica FUT é a que mais gera unidades foliculares por sessão de cirurgia. 

Viu como o implanter funciona? Além de permitir que o cirurgião não encoste no couro cabeludo, ainda oferece mais naturalidade ao resultado. Outro elemento importante para a manutenção da naturalidade é a linha do cabelo, chamada pelos cirurgiões de hairline. Entenda como funciona.

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