Entradas no cabelo masculino: como são?

Com o passar do tempo, é comum notar o sumiço de fios na linha frontal do couro cabeludo, principalmente nas laterais. As famosas entradas no cabelo masculino começam a aparecer, mostrando os primeiros sinais de uma provável calvície. Mas será que o problema é esse mesmo? Não há outra causa por trás desse “sumiço” dos fios?

Neste texto, você vai conhecer algumas das principais causas para o surgimento de entradas no cabelo masculino. Confira:

Quais são os tipos de entrada no cabelo?

Conheça as principais causas para a perda de fios nas têmporas 

De desenvolvimento

É a que ocorre com o crescimento e, consequentemente, desenvolvimento do couro cabeludo com a adolescência e a fase adulta. Nesse contexto, as entradas no cabelo passam do formato U para o V ou M. Este último, porém, pode ser sim o primeiro sinal de uma alopecia androgenética. É preciso observar se a linha do cabelo está recuando com o passar do tempo e se as têmporas, que antes tinham pelos, agora estão ralas ou calvas.

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Alopecia androgenética

É a alopecia popularmente conhecida como calvície. Aqui, as entradas ficam mais evidentes porque os folículos capilares da região param de produzir fios. Portanto, elas são manifestações iniciais do problema. 

É preciso lembrar que as entradas no cabelo só aparecem no público masculino, já que alopecia de padrão feminino costuma se manifestar com o alargamento da linha central do couro cabeludo ou com o aumento da testa. Caso a mulher apresente queda de cabelo nessa região, é preciso investigar.

Como ocorre a alopecia androgenética

A alopecia androgenética é, como o nome indica, uma questão genética e que pode sim ser herança familiar. Aqui, a grande questão está por trás da testosterona que, quando convertida pela 5-alfa-redutase, transforma-se em di-hidrotestosterona (DHT).

No indivíduo com propensão genética à calvície, a DHT se liga aos folículos capilares, que impedem que os nutrientes cheguem. Consequentemente, os fios vão se afinando e encurtando, até que as unidades capilares se fecham de vez e “morrem”.

Um dos primeiros sinais da alopecia androgenética é o surgimento de entradas no cabelo. No entanto, ela pode se manifestar de diferentes maneiras.

Folículos imunes

Nem todos os folículos capilares sofrem de calvície. Há uma faixa no couro cabeludo, que compreende as laterais e a parte posterior pouco abaixo da coroa, que não é afetada pela DHT. Assim, os fios continuam crescendo independentemente do grau de calvície. 

Como tratar

A calvície não tem cura, mas controle. Os principais remédios são os inibidores de 5-alfa-redutase, como a finasterida e a dutasterida. Estes fármacos reduzem a produção da enzima, o que faz com que o hormônio não seja convertido. 

Há também o minoxidil, que atua como vasodilatador. Ele aumenta o calibre dos vasos sanguíneos, estimulando a chegada do sangue na região e, consequentemente, os nutrientes. Consequentemente, os fios crescem mais fortes e nutridos.

A substância é comercialmente mais vendida como uma solução hidroalcoólica de aplicação tópica, mas também é possível encontrá-la como comprimido — que costuma trazer resultados mais rápidos.

Como reverter a perda dos fios

Na alopecia androgenética, os fios perdidos não voltam a crescer caso os folículos tenham se fechado. Contudo, o indivíduo com calvície está apto a passar pelo transplante capilar, principalmente se a área doadora for suficiente para suprir as regiões rarefeitas.

Alopecia triangular congênita (ATC)

Também chamada de alopecia triangular temporal, a ATC é um tipo de alopecia não cicatricial benigna e rara, que acontece em uma pequena área temporal e de origem desconhecida, embora acredite-se que haja caráter hereditário. Em geral, resume-se a uma falha de formato triangular que ocorre na entrada ou um pouco antes, deixando um “tufo” separando a testa do restante do cabelo. Pode aparecer tanto em meninos quanto em meninas, em apenas uma das têmporas ou nas duas.

Apesar de aparecer nos primeiros anos de vida, a ATC também pode se manifestar na adolescência ou na idade adulta. Os fios caem sem qualquer sinal premonitório e costumam não voltar mais. Caso voltem, serão finos e curtos.

Alopecia por tração

Mais comum em mulheres, a alopecia por tração é um tipo de perda dos fios ocorrida por puxões fortes, excessivos, repetidos e prolongados. Resumindo, o problema pode ser causado por:

  • rabos de cavalo feitos com muita força;
  • coques apertados, estilo bailarina;
  • escovação frequente;
  • tranças apertadas;
  • alisamentos no geral;
  • extensores capilares. 

Esse tipo de alopecia pode causar entradas no cabelo e também acontecer na infância — mas ocorre quase sempre nas meninas, que usam penteados apertados com muito mais frequência.

Localização da alopecia por tração

O local de acometimento da alopecia por tração depende do tipo de penteado e de onde requer mais força. No geral, ocorre na região marginal do cabelo.

O indivíduo começa a perceber os primeiros sinais como uma espécie de “franja” que surge com cabelos finos e curtos na borda de implantação dos fios.

Fases da alopecia por tração

Caso não haja controle e pausa do agente causador, a alopecia por tração vai passar por duas fases:

  • inicial: alopecia não cicatricial;
  • tardia: alopecia cicatricial e perda definitiva dos cabelos.

Na fase inicial, a alopecia por tração não é cicatricial, ou seja, ela não “fere” os folículos a ponto de que se fechem e pare de produzir fios. O problema é que, com o tempo, ela faz com que os fios parem de crescer e deixem falhas permanentes —  incluindo entradas no couro cabeludo, dependendo do local onde os puxões ocorrem. 

Isso ocorre porque a força excessiva sobre o folículo faz com que a raiz do fio também saia, podendo provocar inflamações e diminuir consideravelmente seu ciclo de vida. Nesse caso, a alopecia vira cicatricial, com os folículos parando de crescer e a falha tornando-se permanente.

Para tratar a alopecia por tração, é preciso fazer o diagnóstico. O paciente deve contar esses hábitos para que ele tenha certeza do que pode ter causado essas entradas no cabelo. A partir daí, os hábitos precisam ser mudados: nada de manter os penteados e alisamentos que possam causar essa tração. 

Dependendo do estágio da alopecia, será necessário adotar um tratamento que possa fortificar esses folículos, como fármacos orais ou dermocosméticos. Se o problema já estiver em estágio avançado, apenas o transplante capilar poderá solucioná-lo.

Alopecia areata

Também chamada de “pelada”, a alopecia areata é um tipo de alopecia que forma falhas em formato ovalado ou redondo. Ela pode aparecer apenas como uma falha, mas também em dois ou mais lugares diferentes do couro cabeludo, na barba e em outras partes do corpo. Em alguns casos, a alopecia provoca a queda de todos os pelos (alopecia totalis).

A areata acomete pessoas de todos os gêneros e etnias. Embora possa surgir em qualquer idade, é mais comum em indivíduos com menos de 20 anos. 

Quando essa alopecia surge no couro cabeludo, as áreas são bem limitadas e espaçadas pela cabeça. Não há uma causa definida, embora esteja muito ligada a fatores genéticos — boa parte desses indivíduos tem alguém na família com o mesmo problema. Há também o histórico de doenças autoimunes, como lúpus, diabetes, vitiligo e rinite.

Fatores ambientais como estresse e microrganismos também podem despertar uma resposta imunológica capaz de provocar a areata em quem já é predisposto ao problema. Isso significa que eles não vão fazer com que o problema surja em quem o não tem, mas desencadear uma resposta em quem já é propenso.

Comportamento da doença

O histórico da doença é muito variável. Ela pode surgir várias vezes durante a vida, seguida pelo crescimento parcial ou total dos fios nas falhas. Em alguns casos, essa perda também pode ser irreversível.

No geral, essa imprevisibilidade faz com que os indivíduos com alopecia areata sejam inaptos a passar pelo transplante capilar. 

Tratamento

Não há como prevenir o surgimento da alopecia, tampouco uma cura. Contudo, há tratamento que, embora seja opcional, é válido, já que a alopecia areata costuma afetar a autoestima e, consequentemente, causar transtornos psicológicos.

O tratamento se concentra em reverter as falhas deixadas pela areata. Quem tem menos de 50% do couro cabeludo afetado com o problema pode fazer aplicação de injeções locais de derivados da cortisona.

Outras opções de tratamento são corticosteroides, minoxidil (oral ou de uso tópico),  creme de antralina e sensibilizadores de contato (DNCB e SADBE, por exemplo).

Alopecia frontal fibrosante

Doença de desenvolvimento lento e progressivo, a alopecia frontal fibrosante também pode deixar entradas no cabelo masculino. Contudo, é um problema quase que exclusivo de mulheres adultas.

Esse tipo de alopecia faz com que a linha de implantação frontal avance para dentro do couro cabeludo, aumentando as entradas e o tamanho da testa.

Além do couro cabeludo, a alopecia frontal fibrosante pode acometer sobrancelhas, cílios, penugem da face e demais pelos do corpo. Não se sabe qual a causa, apenas que, por algum motivo desconhecido pela comunidade científica, o organismo ataca o folículo capilar, inflamando-o até que ele pare de produzir fios.

Assim como a alopecia de tração, ela também é cicatricial, ou seja, os fios perdidos não voltam a nascer e, consequentemente, o problema só pode ser revertido com um transplante capilar.

Tratamento

A alopecia frontal fibrosante não tem cura, mas pode ser controlada. O tratamento é feito com anti-inflamatórios e antiandrogênicos, que controlam a inflamação e a progressão da patologia. Além desses fármacos, o paciente também pode se beneficiar do transplante capilar para as áreas que não produzem mais fios.

Como visto, há diversas causas por trás do surgimento de entradas no cabelo masculino — desde o crescimento natural do corpo até a famigerada calvície. Então, se você notou esse desaparecimento dos fios, entre em contato com a Clínica Mauad e marque uma avaliação.

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