Cuidado do cabelo pós-transplante: o que fazer?

Resolver o problema da calvície é um desejo de muitos pacientes. O procedimento cirúrgico consegue não apenas redistribuir os folículos do couro cabeludo, como garantir que as regiões rarefeitas não sofrerão mais com o problema. Contudo, como é o cuidado do cabelo pós-transplante? É muito cansativo? O paciente precisa ficar dias na sala de recuperação? Como o paciente deve agir?

Para quem ainda não foi a uma consulta, entender como funciona o pós-operatório pode encorajar a resolver a rarefação já existente. Continue a leitura e conheça os tipos de cirurgia capilar, além de como é o cuidado do cabelo pós-transplante.

Quais são os tipos de transplante capilar?

Antes de saber como funciona o cuidado do cabelo pós-transplante, é preciso entender quais são as principais técnicas adotadas atualmente.

No geral, um transplante capilar se trata de minienxertos, microenxertos e enxertos de unidades foliculares no couro cabeludo. Contudo, alguns casos exigem retalhos, redução e expansão do tecido para dar a impressão de distribuição capilar mais homogênea.

solicite um contato

FUT

Uma das primeiras técnicas a surgir foi a FUT (Follicular Unit Transplantation) — ou extração de unidades foliculares. Nessa cirurgia, o médico retira uma faixa de couro cabeludo que pode ter de 28 a 32 cm de extensão por 1,8 cm de largura na parte mediana posterior e 1 cm nas laterais. Depois, esses folículos são separados um por um, selecionados e reimplantados na área calva. Já a área doadora passa por uma sutura, deixando uma fina cicatriz linear.

Cicatriz

No cuidado do cabelo pós-transplante, pode haver uma preocupação com relação à cicatriz linear. No entanto, fique tranquilo: com o crescimento dos fios, ela é coberta e só fica visível com corte de cabelos bem curtos — máquina 2, por exemplo.

Destaca-se que o processo de cicatrização varia muito em cada indivíduo. Um bom cuidado do cabelo pós-transplante inclui, claro, o couro cabeludo, mas há questões que vão além da rotina diária. Pacientes com menos de 25 anos produzem mais colágeno, portanto têm cicatrização mais rápida. Porém, têm mais tendência de alargamento de cicatriz quando comparados a pacientes na faixa etária de 35 a 40 anos.

Popularidade

Há quem diga que a técnica FUT é “ultrapassada” por ser mais antiga. Ledo engano: equipamentos de ponta e profissionais capacitados mostram que ela ainda é muito utilizada, pois a escolha da técnica depende das necessidades do couro cabeludo e de um consenso entre cirurgião e paciente.

Muitos fios

A FUT é a técnica mais recomendada para quem já tem um estágio mais avançado de calvície. Em apenas uma sessão, é possível transplantar até 7 mil fios — um número consideravelmente grande — sem que isso deixe o couro cabeludo com aspecto falho, já que todas as unidades são removidas da mesma faixa de cabelo.

Raspagem

Uma das indicações da FUT é para quem não deseja ter seus fios raspados. Mulheres, por exemplo, podem escolher a técnica e manter um bom cuidado do cabelo pós-transplante sem que isso afete sua autoestima.

A técnica FUT, aliás, apresenta duas variações: fios curtos e fios longos.

Na cirurgia de fios curtos, o cirurgião prepara a área doadora cortando os fios a um comprimento de 3 a 6 mm. Já na técnica com fios longos, a faixa doadora é removida com fios no comprimento original, sem nenhum corte no cabelo.

Independentemente do comprimento dos fios, vale lembrar que a evolução do resultado após a cirurgia é a mesma em todas as técnicas de transplante capilar. Porém, a técnica com fios longos dá ao paciente uma ideia do resultado assim que acaba a cirurgia. É, portanto, uma boa escolha para quem vai ter um evento social dias após o procedimento ou se sente incomodado em se imaginar com os fios curtos, mesmo que temporariamente.

Tempo

Uma cirurgia FUT demora, em média, seis horas. Contudo, a técnica de fios longos é ainda mais trabalhosa — a cirurgia pode demandar até 50% mais de tempo (9 horas) e, portanto, acarretar um investimento financeiro maior.

FUE

Já a técnica FUE (Follicular Unit Extraction), também chamada de transplante de unidade folicular, é a técnica em que os folículos são retirados individualmente de uma região saudável do couro cabeludo, ou seja, que não sofre com a calvície. Em seguida, são transplantados para a parte calva.

Para que a área doadora não apresente rarefações, o médico faz um bom mapeamento. Contudo, há uma regra tácita em que se retira uma unidade capilar a cada cinco. Dessa forma, é possível deixar os folículos mais bem distribuídos sem comprometer a região saudável.

Outro fator característico dessa técnica é que, como a retirada das unidades capilares é de maneira unitária, é aconselhável raspar o cabelo no transplante capilar. Assim, o cirurgião consegue tirar mais folículos em menos tempo. 

Menos cicatrizes

A técnica FUE proporciona microcicatrizes puntiformes, ou seja, em formato de pontos. Contudo, desaparecem com o crescimento dos fios. Porém, são praticamente imperceptíveis mesmo no cuidado do cabelo pós-transplante capilar, quando ainda não houve nenhum crescimento e as “casquinhas” de cicatrização estão visíveis. 

A recuperação da técnica FUE também é mais rápida.

Mais experiência

Embora não seja muito nova, a técnica FUE é mais recente que a FUT. Além disso, utiliza instrumentos específicos, que exigem mais prática e habilidade do cirurgião.

Menos folículos

A técnica FUE é também adotada quando a área calva é menor. Contudo, ela também permite a retirada de milhares de folículos em uma ou mais sessões. É preciso entender que alguns fatores vão permitir que o couro cabeludo pareça mais cheio, como o tipo de fio (mais grosso e cacheado tende a dar mais volume) e a quantidade produzida pela unidade capilar (cada uma pode desenvolver até quatro fios).

Como é o cuidado do cabelo pós-transplante?

Veja como cuidar dos fios após o fim das sessões de transplante:

Limpeza do couro cabeludo

O paciente vai para casa no mesmo dia em que faz o transplante. Contudo, é recomendado não ir sozinho ou dirigir; um acompanhante é necessário para ajudar quem ficou tantas horas em um procedimento cirúrgico.

Depois de 24h, o paciente precisa voltar ao consultório médico para limpar o couro cabeludo. O médico será o responsável pelo primeiro cuidado do cabelo pós-transplante. Além de fazer a limpeza com delicadeza e da maneira correta, ele também fará recomendações de cuidados que deverão ser seguidos durante a recuperação.

A partir daí, o cabelo deve ser lavado diariamente, com xampu neutro, nos primeiros 15 dias. Além disso, é preciso ter cuidado: evite esfregar o local transplantado e ducha de forte pressão.

Crostículas

Geralmente, as crostículas (“casquinhas” que ficam no couro cabeludo durante a cicatrização) caem de cinco a sete dias após a cirurgia. Os fios também costumam crescer nesse período.

Queda dos fios

De 15 a 30 dias após a cirurgia, vem o susto: os fios transplantados simplesmente caem. Mas pode ficar calmo: é algo comum, principalmente porque as unidades capilares estão produzindo fios. Em três meses, voltam a nascer; em seis, já é possível ter uma noção de como será o resultado do transplante — que aparece definitivamente em um ano após sua realização.

Esportes

Durante o mês de recuperação, é preciso evitar ao máximo que a área transpire. Esportes intensos, por exemplo, estão vetados. Depois de três dias, porém, o paciente já pode adotar atividades físicas de baixa intensidade, como a caminhada. A utilização de pesos é liberada após 7 a 15 dias. O ideal é conversar com o cirurgião, pois a recomendação varia de acordo com o profissional.

O tipo de atividade física e a intensidade precisam ser levados em consideração durante o verão, época em que se costuma suar mais.

Exposição ao sol

É estritamente proibida a exposição solar direta nos primeiros 30 dias após o transplante capilar. Para quem mora em locais quentes, por exemplo, o uso de bonés e chapéus folgados é uma boa alternativa, mas não fique com eles por muitas horas seguidas para não abafar a área e, consequentemente, suar.

Praia e banho de mar também estão vetados nesse período.

Piscina

Durante o mês de recuperação, o paciente deve evitar o contato com a piscina. Embora presente nos chuveiros Brasil afora, em grande quantidade o cloro é uma substância agressiva para os fios — lembre-se que quem nada precisa redobrar os cuidados para continuar com o cabelo bonito. 

Para quem nada, outro aspecto importante é que a atividade exige bastante esforço. Mesmo sendo uma cirurgia tranquila e minimamente invasiva, o transplante exige sim um período de recuperação. Por isso, fique fora da piscina por 30 dias, pelo menos.

Procedimentos químicos

Tintura, descoloração e alisamentos (incluindo chapinhas) devem ser evitados por 30 dias. Inclua também o secador que, em alta potência, esquenta demais a região e pode afetar negativamente o resultado.

Finasterida e minoxidil

Não há necessidade de interromper o tratamento com finasterida ou dutasterida nem no pré nem no cuidado do cabelo pós-transplante. Já o minoxidil e outros tratamentos tópicos devem ser interrompidos nos primeiros 15 dias e reiniciados após esse período.

É preciso lembrar que o transplante capilar resolve o problema da calvície já existente, mas não evita a queda dos fios que sofrem a tendência. Portanto, não é recomendado interromper os tratamentos definitivamente. Adotar transplante e cuidados preventivos faz com que o couro cabeludo se mantenha homogêneo por muito mais tempo.

Como visto, os cuidados com o transplante capilar são relativamente simples e permitem uma volta rápida à rotina. E se você deseja resolver o problema das rarefações já estabilizadas, entre em contato com a Clínica Mauad e marque sua consulta.

solicite um contato