O transplante de folículos capilares para áreas calvas é uma cirurgia que vem ganhando popularidade no mundo. Um levantamento da Mordor Intelligence mostra que o mercado global de procedimentos deve apresentar uma taxa de crescimento de 8,96% ao ano até 2029. Só na Europa, houve um aumento de 240% no interesse entre 2010 e 2021. Mas com tantas informações soltas pela internet, é comum ainda ter dúvidas sobre transplante capilar.
Para tirar essas dúvidas, chamamos o Dr. Raul Mauad, responsável pela nossa Clínica Mauad. Ele vai responder as 12 principais questões por trás do transplante capilar, calvície e muito mais. Continue a leitura!
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Tire suas dúvidas sobre transplante capilar com Dr. Mauad
Se você quer passar pela cirurgia, mas tem algumas perguntas, confira as respostas para as principais questões do público esclarecidas pelo Dr. Raul Mauad.
1. Qual a causa da calvície?
A calvície, nome popular para alopecia androgenética, é a perda progressiva da capacidade de produzir fios. Sua origem é genética, ou seja, o indivíduo tem uma predisposição a desenvolvê-la.
A di-hidrotestosterona (DHT), forma sintetizada e mais potente da testosterona, liga-se ao folículo piloso e os impede de produzir cabelos fortes. Por esse motivo, a calvície é muito mais comum no sexo masculino.
Nem todos os folículos têm essa predisposição genética, mesmo em uma pessoa com calvície avançada. As laterais e a parte posterior do couro cabeludo não sofrem com o problema, por isso o cirurgião plástico utiliza as unidades capilares dessa região para fazer o transplante.
2. Calvície tem cura?
A calvície não tem cura, mas tem controle. Por ser um problema genético, o indivíduo já nasce com essa predisposição, mas não se sabe quando ou como ele começará a se manifestar. Portanto, não há como preveni-lo ou evitá-lo, mas o paciente pode começar um tratamento de controle com o dermatologista ou tricologista.
Remédios como finasterida e dutasterida diminuem a ação da enzima 5-alfa-redutase, responsável por sintetizar a testosterona em DHT. Dessa forma, o paciente atrasa consideravelmente os efeitos da calvície. Há também o minoxidil, que estimula a circulação sanguínea e, consequentemente, o crescimento dos fios.
Na região nas quais o folículo capilar está morto, apenas o transplante capilar consegue reverter os efeitos da alopecia androgenética.
3. No transplante capilar, é possível usar folículos de outro doador?
É até possível, mas nenhum profissional sério utiliza folículos de outro doado em um transplante capilar, porque acarreta problemas sérios ao paciente. O organismo percebe esse novo folículo como um corpo “invasor”, então seu sistema imunológico começa a atacá-lo. Dessa forma, o indivíduo precisa tomar remédios pelo resto da vida para controlá-lo — e nem há uma garantia de que se consiga manter um bom controle desse “ataque”.
O uso de folículos do próprio paciente não é apenas por uma questão estética, mas também de qualidade de vida. Como o organismo reconhece aquela unidade capilar, não há uma reação do tipo.
4. Quem tem calvície avançada pode fazer transplante capilar?
Quem tem calvície avançada pode sim fazer transplante capilar. Como dito, há regiões do couro cabeludo que não sofrem com a alopecia (laterais e parte posterior acima da nuca). O cirurgião deve explorá-la ao máximo, mas sem causar novas falhas no cabelo.
Se o paciente tiver uma calvície avançada a ponto de não ser possível cobri-la com os fios do couro cabeludo, o cirurgião passará para outras regiões do corpo, como tórax, barba, sobrancelha e até a púbis.
É preciso destacar que nem toda perda de cabelo ocorre por alopecia androgenética. Uma alimentação deficitária em nutrientes, por exemplo, pode acarretar fios finos, fracos e quebradiços. Portanto, antes de passar por um transplante capilar, o cirurgião pedirá uma série de exames para verificar a saúde do paciente.
5. Quais os principais tipos de transplante capilar?
As principais técnicas de transplante capilar são a follicular unit transplantation (FUT) e a follicular unit extraction (FUE).
Na FUT, o cirurgião remove uma faixa de couro cabeludo do paciente, por volta de 1 a 2 cm de altura por 30 cm de extensão. Depois, ele separa os folículos e os redistribui pelas falhas do cabelo do paciente. Pioneira, essa técnica é utilizada até hoje por remover uma extensa quantidade de folículos de uma vez só.
A técnica FUT deixa uma cicatriz fina, clara e linear no couro cabeludo, que é coberta pelo crescimento dos fios ao redor. Por ser um pouco mais invasiva, também exige um tempo maior de recuperação.
Já no transplante FUE, o cirurgião retira folículo por folículo do couro cabeludo do paciente. Para não criar falhas na área doadora, ele remove um folículo a cada cinco. Depois, os reimplanta na região calva. Essa cirurgia não deixa cicatrizes visíveis e é minimamente invasiva, portanto o paciente se recupera com mais rapidez.
6. Quais as diferenças entre transplante capilar e implante capilar?
O transplante capilar utiliza fios de cabelo natural, enquanto o implante capilar usa fios artificiais. Como o transplante capilar se popularizou muito, atualmente também se utiliza a expressão “implante capilar” para se referir à cirurgia com cabelo natural. Mas antes de decidir pela cirurgia, vale a pena tirar essa dúvida com o profissional responsável.
Com o avanço da tecnologia e das técnicas de transplante, o implante capilar praticamente não é utilizado. Além de um resultado artificial, esse tipo de cirurgia compromete a liberdade do paciente, já que ele precisa manter os fios sempre do mesmo tamanho.
7. Quem pode fazer transplante capilar?
- homens e mulheres acima de 18 anos, saudáveis e com alopecia androgenética (padrão masculino ou feminino);
- pessoas com área doadora saudável — normalmente na parte de trás e laterais da cabeça, onde os fios são mais resistentes à queda;
- quem tem perda capilar localizada por traumas, cicatrizes, queimaduras ou doenças tratadas;
- pessoas com expectativas realistas quanto ao resultado.
8. Quem não pode fazer transplante capilar?
O transplante capilar não tem muitas restrições. Contudo, as que existem não devem ser ignoradas:
- pessoas que sofreram um infarto recentemente;
- pessoas com arritmia cardíaca grave ou outras complicações do tempo;
- pacientes com alopecia areata e outras doenças autoimunes do couro cabeludo;
- área doadora insuficiente (pouquíssimos fios saudáveis para transplantar);
- problemas de saúde graves que contra indiquem cirurgias (como distúrbios de coagulação não controlados).
Novamente, vale falar com um médico para ter certeza de que não será possível passar pelo procedimento. Aqui na Clínica Mauad, nós pedimos exames antes de dar qualquer diagnóstico. Além disso, como hoje é possível utilizar pelos de outras partes do corpo, muitas calvícies avançadas são cobertas pelo transplante capilar.
9. O transplante capilar dói?
Não, mas pode apresentar desconforto durante o pós-operatório. Isso significa que o transplante ocorre com o paciente sob anestesia local. Quando o efeito dos remédios passar, o paciente pode relatar uma sensação de pontadas ou de repuxamento, mas que passará após alguns dias. O cirurgião também receitará alguns analgésicos para aliviar esse incômodo.
É importante lembrar que o conceito de dor varia bastante entre cada paciente. Enquanto alguns podem considerar pontadas leves, outros podem sentir com mais intensidade.
10. Como o paciente deve se preparar para a cirurgia?
Apesar de ser minimamente invasivo, o transplante capilar é uma cirurgia. Dessa forma, exige que o paciente tome uma série de cuidados antes do procedimento.
- fale com o médico sobre qualquer doença preexistente, alergias e uso de medicamentos. Alguns fármacos podem, por exemplo, afetar a anestesia. Portanto, o cirurgião avaliará o que deve ou não ser cortado
- pare de fumar pelo menos 10 dias antes, pois o fumo prejudica a cicatrização, atrapalha a cirurgia e traz uma série de complicações para o bom resultado do transplante capilar;
- evite álcool pelo menos 3 dias antes da cirurgia.
- suspenda medicamentos anticoagulantes, como AAS, ibuprofeno e vitamina E. Mas antes de parar ou diminuir o uso, converse com o médico para ajustar;
- evite suplementos como ginseng, ômega-3 e chá-verde, que podem aumentar o sangramento.
- no dia anterior à cirurgia, lave o cabelo com o xampu antisséptico recomendado pela clínica;
- no dia cirurgia, use roupas confortáveis e de botão (evite roupas que passem pela cabeça);
- não aplique géis, cremes ou sprays capilares;
- obedeça ao jejum solicitado pelo médico;
- se possível, leve um acompanhante, pois a anestesia demora algum tempo para sair por completo do organismo;
- não dirija após a cirurgia.
11. Como é o pós-operatório do transplante capilar?
O pós-operatório do transplante capilar, principalmente quando o paciente passa pela técnica FUE, é rápida, mas exige alguns cuidados. É preciso proteger o couro cabeludo da luz solar, mas sem deixá-lo muito tempo abafado por bonés e chapéus. O paciente também precisa respeitar o tempo de descanso e voltar às atividades rotineiras aos poucos.
Já na volta aos exercícios físicos, volte primeiramente com caminhadas e, depois, quando o couro cabeludo estiver cicatrizado, a atividades mais pesadas. Natação, porém, precisará de mais tempo de pausa, pois tanto a água extremamente clorada quanto o sal do mar prejudicam a recuperação.
12. Qual profissional pode fazer transplante capilar?
Esta é uma das principais dúvidas, já que alguns procedimentos feitos no rosto também são feitos por outros profissionais da área da saúde. Porém, apenas médicos dermatologistas e cirurgiões plásticos com o devido Registro de Qualificação de Especialista (RQE) junto ao Conselho Regional de Medicina (CRM) podem realizar o transplante capilar.
Além disso, a cirurgia não pode ocorrer em consultórios, e sim em clínicas ou hospitais com estrutura para cirurgias, preparados para atender intercorrências. Como as cirurgias são muito longas, o Conselho Federal de Medicina (CFM) exige a presença de um médico auxiliar. Também é preferível que o anestesista não seja componente da equipe cirúrgica.
Como visto, as dúvidas sobre transplante capilar são relativamente comuns, mas é preciso conversar com uma fonte segura para ter certeza sobre as respostas. E se você deseja passar pelo procedimento, entre em contato com a Clínica Mauad.Com mais de 30 anos de experiência em cirurgia plástica, o Dr. Raul Mauad é especialista em transplante capilar. Nossa equipe está à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas que você tenha sobre o procedimento. Entre em contato pelo WhatsApp e marque sua avaliação!