Qual o melhor transplante capilar: FUT ou FUE?

O número de cirurgias para cobrir áreas calvas só cresce no Brasil. Segundo estudo da Associação Brasileira de Cirurgia da Restauração Capilar, mais de 6 mil procedimentos foram feitos apenas em 2022. Mas, para o paciente, qual o melhor transplante capilar: FUT ou FUE?

Conhecer as diferentes técnicas ajuda o indivíduo a entender os prós e contras da cirurgia. Além disso, ele não é pego de surpresa: pode pesquisar e fazer perguntas mais densas ao cirurgião.

Entenda agora como funcionam as técnicas FUT e FUE, além de qual o melhor transplante capilar entre ambas. Continue a leitura.

O que é transplante capilar FUT?

O transplante capilar FUT (Follicular Unit Transplantation) ou Strip é uma cirurgia em que se retira uma faixa de couro cabeludo e, depois, os folículos são separados com o auxílio de ferramentas de precisão.

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Na técnica FUT, o trabalho com os folículos ocorre em algumas etapas:

  • remoção de uma faixa capilar, de 15 cm a 35 cm de extensão por 1 cm de largura;
  • separação das unidades foliculares em pequenos blocos;
  • separação unitária dos enxertos.

Já no couro cabeludo, o cirurgião sutura a área doadora para aproximar as bordas da ferida. Depois, realiza múltiplos orifícios na região receptora para reinserir os folículos. Por fim, insere os folículos capilares nessas perfurações.

A técnica FUT revolucionou o modo de fazer transplantes capilares. Em vez de macroenxertos, o transplante agora trabalhava com microincisões de unidades capilares. Além de um resultado muito mais natural, a cicatriz também se resume a uma fina linha no couro cabeludo, facilmente coberta pelos fios crescidos ao redor.

Sutura tricofítica

Como a técnica FUT remove uma faixa de couro cabeludo, o cirurgião precisa fechá-la por meio de uma sutura. A técnica ideal é a tricofítica, que compreende remover uma fina camada da borda da incisão para criar um ângulo de 45º. Dessa forma, os folículos capilares ao redor crescem e cobgrem a área suturada, tornando a cicatriz menos perceptível.

Quais as vantagens do transplante FUT?

Embora seja uma técnica mais antiga, a técnica FUT ainda é o melhor transplante capilar porque proporciona uma série de benefícios, como:

Cobertura maior da calvície

A cirurgia aproveita uma quantidade muito maior de fios de uma vez só. Uma faixa de couro cabeludo traz milhares de fios sem deixar falhas aparentes. Para quem tem uma calvície um pouco mais avançada, a escolha costuma ser a mais adequada.

Cirurgia mais veloz

A cirurgia também é mais rápida, já que o cirurgião retira todos os folículos de uma vez. Portanto, dificilmente o paciente terá que voltar em uma nova sessão — a não ser, claro, que a alopecia já esteja em um estágio muito avançado.

Quais as desvantagens do transplante FUT?

Assim como qualquer procedimento cirúrgico, a técnica FUT também traz desvantagens. Conheça algumas.

Cicatriz longa 

A técnica FUT deixa uma cicatriz longa e linear no couro cabeludo. Contudo, é uma linha clara e fina, que se forma pela ausência de folículos capilares na região. Com a técnica de sutura tricofítica, o crescimento dos fios ao redor cobre essa rarefação.

Mais tempo de recuperação

Outro fator importante é que o transplante FUT é um pouco mais invasivo, pois exige uma extração mais profunda da camada de pele. Como consequência, o tempo de recuperação é maior. 

Se você passar pela técnica FUT, porém, não é preciso se preocupar. Embora retire uma camada maior de pele, ela ainda é minimamente invasiva. A diferença é que a FUE é um pouco mais superficial, o que facilita a recuperação.

Elasticidade do couro cabeludo

A cirurgia é um pouco mais invasiva e retira uma extensão de pele maior. Para que o paciente tenha conforto após a sutura, o couro cabeludo precisa ter boa elasticidade. 

O que é transplante capilar FUE?

Mais utilizada atualmente, o transplante capilar FUE (Follicular Unit Extraction) é a remoção de folículo por folículo da área doadora. Em vez de uma faixa, o cirurgião utiliza um punch para fazer a remoção das unidades foliculares. Sua ponta arredondada se encaixa na unidade folicular e a retira. 

A grande vantagem do transplante FUE é criar microcicatrizes puntiformes e invisíveis a olho nu. O punch costumam ter, no máximo, 1 milímetro de diâmetro. Após a queda das crostículas e posterior cicatrização, o ponto fica tão minúsculo que não é possível enxergá-lo. 

A cirurgia FUE exige extrema perícia do cirurgião. Além de encaixar a ferramenta corretamente, é preciso mapear o couro cabeludo para decidir a quantidade de folículos suficiente para cobrir a região calva.

Outro aspecto importante é fazer uma boa distribuição da remoção. Assim, o profissional não cria outra área rarefeita no cabelo. Para tal, a contagem costuma ser de uma retirada a cada 5 folículos. 

Quais as vantagens da técnica FUE?

Mais moderna, a técnica FUE traz uma série de vantagens. Conheça algumas:

Sem cicatrizes visíveis

A técnica FUE não deixa cicatrizes visíveis nem na área doadora, nem na receptora. Além de deixar marcas minúsculas, o cabelo cresce e cobre qualquer mínima marca de incisão.

Outro ponto importante é que o punch faz uma incisão menos profunda; ele só penetra o suficiente para retirar o folículo por completo, sem danificá-lo. 

Sem suturas

A cirurgia também não precisa de ponto. As microincisões se fecham sozinhas; as crostículas caem por volta de 10 dias após o procedimento. E como a cirurgia é minimamente invasiva, a recuperação também é muito mais rápida. 

Não exige elasticidade

Para a técnica FUT, o paciente precisa ter elasticidade do couro cabeludo. Assim, há muito menos chances de que ele sinta algo repuxando após a cicatrização. Com a FUE, esse risco não acontece: a retirada de pele é consideravelmente menor, o que praticamente elimina as chances de repuxamento em pessoas com pouca elasticidade na região.

Pouca dor

Muitos pacientes têm receio de sentir dor após o procedimento. Embora o incômodo varie entre cada um, a retirada menos invasiva da técnica FUE garante um pós-operatório mais confortável. 

Quais as desvantagens da técnica FUE?

A técnica FUE traz pouquíssimas desvantagens, mas o paciente precisa conhecê-las para fazer uma escolha mais consciente.

Poucos folículos por vez

O punch retira um folículo por vez, o que faz com que o procedimento seja muito mais lento. Dependendo da área a cobrir, o paciente precisará de duas ou, raramente, três sessões.

Cirurgia mais demorada

Como a retirada é mais lenta, o método também é mais demorado: entre 6 a 10 horas. A técnica FUE também depende da quantidade e da qualidade de unidades foliculares obtidas. 

Área doadora limitada

O transplante FUE remove unidades foliculares esparsas, o que não permite uma retirada maior. Caso o cirurgião retire muitas, provavelmente formará uma nova rarefação no couro cabeludo. Por isso, a técnica é recomendada a calvícies menores e controladas.

Raspagem dos fios

Para que o cirurgião consiga enxergar os folículos que pretende retirar, ele precisa raspar o couro cabeludo do paciente. Para muitos indivíduos, principalmente mulheres, essa retirada do cabelo é um impeditivo para a cirurgia.

Uma solução é raspar os fios apenas da área doadora. Contudo, o ideal é conversar com o cirurgião para saber se é viável.

O cabelo transplantado cai?

Não, o cabelo transplantado não cai independentemente da técnica. O cirurgião não utiliza folículos capilares com predisposição genética à alopecia androgenética. Também não se faz a cirurgia em condições que não garantam a permanência dos fios, como na alopecia areata.

Geralmente, os pacientes de transplante capilar sofrem de alopecia androgenética, conhecida popularmente como calvície. Nesse caso, os folículos sofrem de uma característica genética que, ao se ligarem à di-hidrotestosterona (DHT), versão mais potente da testosterona, não recebem mais nutrientes vindos do sangue e, consequentemente, se fecham e “morrem”.

O interessante é que nem todo o couro cabeludo sofre com o problema. Uma faixa capilar, que compreende as laterais e a parte posterior da cabeça, não tem essa predisposição genética nem mesmo em pessoas que sofrem com calvície avançada. Portanto, é dessa região que o cirurgião retira os folículos saudáveis. 

Qual o melhor transplante capilar atualmente?

O melhor transplante capilar depende da necessidade do paciente. Veja quais as indicações de cada técnica:

Indicações para a técnica FUT

A técnica FUT é mais indicada para pacientes que:

  • têm nível de calvície mais elevado, que exigem mais de 2,5 mil unidades foliculares;
  • não desejam raspar o couro cabeludo;
  • não ligam para a cicatriz longa;
  • têm cabelos cacheados e crespos;
  • têm calvícies ainda instáveis.

Indicações para a técnica FUE

Já a técnica FUE é indicada para pacientes que:

  • já realizaram outros procedimentos prévios e não percebeu um bom resultado;
  • não têm tanta elasticidade no couro cabeludo;
  • têm pouca rarefação e calvície estabilizada;
  • não ligam em raspar o couro cabeludo.

Como visto, não há um transplante melhor que o outro. Para alguns pacientes, o FUT será mais adequado; para outros, o FUE. Há também aqueles que, por estarem com uma rarefação maior, precisarão de uma combinação das duas técnicas e até do uso de folículos de outras partes do corpo. Portanto, o ideal é conversar com o cirurgião e entender qual a melhor cirurgia para seu caso.

E se você deseja passar por um transplante capilar, entre em contato com a Clínica Mauad e marque sua consulta.

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