Efetiva, minimamente invasiva e capaz de transformar a autoestima de um paciente, a cirurgia de transplante capilar consegue devolver o crescimento dos fios a regiões onde o cabelo não cresce mais. Por ser um procedimento cirúrgico, porém, o paciente precisa se preparar e cortar alguns hábitos.
É realmente necessário fazer jejum? Por quanto tempo ficar sem ingerir álcool? E o cigarro? Essas e outras dúvidas serão esclarecidas neste texto. Continue a leitura:
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Como escolher um bom cirurgião?
Antes de tudo, é essencial escolher um profissional formado em Medicina e com especialização em dermatologia ou cirurgia plástica com o devido Registro de Qualificação de Especialista (RQE) junto ao Conselho Regional de Medicina (CRM). Portanto, nenhum outro profissional — nem mesmo de saúde — tem autorização para fazer cirurgia de transplante capilar, apenas médicos especializados.
Veja como escolher o seu cirurgião:
- número do CRM: confira se o médico tem CRM, se está em dia e se ele é qualificado para trabalhar com transplante capilar. Se o médico for residente em São Paulo, você pode procurar pelo registro no site do Cremesp;
- experiência: verifique se ele tem experiência no segmento de transplante;
- avaliações: procure por testemunhos de pacientes que já passaram pelo procedimento com o profissional. Com as redes sociais, ficou bem mais fácil encontrar esse tipo de opinião;
- tecnologias: um bom cirurgião consegue unir técnica e recursos de ponta para oferecer o melhor resultado ao paciente;
- consulta: observe a capacidade do cirurgião em responder todas as suas dúvidas.
Como são as consultas para a cirurgia de transplante capilar
Antes de uma cirurgia, o paciente vai conversar com o médico. Durante a consulta inicial, o profissional fará uma análise do couro cabeludo do paciente para observar quais áreas estão rarefeitas e quais podem doar folículos.
O médico vai observar a densidade da área doadora e a gravidade de rarefação da receptora. Assim, será possível decidir qual a técnica mais apropriada.
A primeira consulta também servirá para saber se o paciente é elegível à cirurgia de transplante capilar. Se ele sofrer de alopecia areata, por exemplo, não poderá passar pelo procedimento.
Histórico médico
Por menor que seja a intervenção feita pelo transplante capilar, ele ainda é um procedimento cirúrgico. Portanto, um indivíduo só deve passar por ele se estiver bem de saúde — e isso só é possível após o médico avaliar seu histórico médico.
O paciente deve informar condições médicas pré-existentes, se já passou por cirurgias e todos os medicamentos que utiliza com frequência. Isso será essencial para saber o que pode afetar o procedimento, quais as chances de sucesso e se algo pode interferir na cicatrização.
O que fazer antes da cirurgia de transplante capilar
Veja o que é essencial antes de passar pelo procedimento.
Providencie os exames
Antes de fazer a cirurgia de transplante capilar, o cirurgião passará por uma série de exames. Os mais comuns são:
- dosagem sanguínea de sódio, potássio, ureia e creatinina;
- coagulograma completo (incluindo TP e TTPA);
- avaliação cardiológica para risco cirúrgico;
- raio-X de tórax e eletrocardiograma;
- sorologia para Hepatite B e C;
- hemograma completo;
- sorologia para HIV;
- glicemia de jejum.
Em alguns casos, o cirurgião pode pedir também RT-PCR para covid-19 (para quem não tomou pelo menos duas doses da vacina).
Faça jejum
O paciente precisa fazer jejum de oito horas antes da cirurgia. Pode parecer bobagem, mas é muito sério: por ser um procedimento invasivo (mesmo que minimamente, como o transplante capilar), há o risco de aspiração durante a anestesia. Com o paciente em jejum, a possibilidade de que ele vomite e, consequentemente, aspire é muito menor.
Mesmo que o transplante capilar seja do tipo FUE, que é minimamente invasivo, siga as orientações médicas e mantenha o tempo mínimo de jejum.
Diminua a rotina de exercícios
O condicionamento físico é essencial para a qualidade de vida, incluindo antes de cirurgias. A prática constante de exercícios ajuda tanto no pré quanto no pós-operatório, já que um organismo saudável consegue se recuperar mais rapidamente.
Quando falamos de uma cirurgia — mesmo as de pequeno porte, como um transplante capilar —, o paciente deve parar de praticar esportes ou esforço físico cinco dias antes da cirurgia de transplante capilar.
Corte o cigarro
Aqui no blog, sempre falamos sobre os prejuízos do cigarro sistematicamente, incluindo na saúde dos fios. Porém, quando se trata de uma cirurgia, o risco pode ser alto.
O cigarro afeta significativamente a circulação sanguínea, pois diminui o calibre dos vasos, impedindo que o sangue consiga nutrir órgãos, músculos, pele e anexos cutâneos. A recuperação, portanto, pode ser muito prejudicada — mesmo com os cuidados necessários, o paciente pode ser afetado por uma infecção cutânea.
Além disso, uma circulação sanguínea prejudicada também impede que o oxigênio trabalhe livremente. Isso pode significar o surgimento de complicações respiratórias durante a cirurgia de transplante capilar, algo muito sério e com real risco para a saúde do paciente.
O cigarro atrapalha até mesmo o sucesso do transplante capilar, já que os folículos, ao trocarem de localização no couro cabeludo, precisam criar novas conexões com vasos sanguíneos para receber nutrientes.
Para quem vai passar por um procedimento cirúrgico de menor porte, o ideal é interromper o uso de cigarro pelo menos 30 dias antes e 30 dias depois, ou seja, dois meses de abstinência. Assim, o organismo tem tempo de liberar boa parte dessas toxinas e, assim, consegue se recuperar melhor. Além disso, há mais tempo para que o corpo consiga recuperar os níveis de vitamina C e colágeno, melhorando a resposta celular inflamatória.
Diminua o álcool
Assim como o cigarro, o álcool também atrapalha a circulação sanguínea, mas de uma forma menos nociva. Por ser um diurético, ele também desidrata — e a água é fundamental para a qualidade da pele.
Antes de uma cirurgia, por exemplo, ele retarda o esvaziamento gástrico. Com isso, invalida o jejum que o paciente é obrigado a fazer antes de um procedimento cirúrgico. Então, imagine ter que adiar sua cirurgia de transplante capilar porque ingeriu álcool 24 horas antes. É um prejuízo para toda a equipe médica e, claro, para o paciente.
Já durante o procedimento, o álcool pode interagir com os anestésicos. A anestesia geral, por exemplo, conta com uma série de medicamentos que “competem” com o etanol durante sua metabolização.
Por fim, no pós-operatório, ele “compete” e atrapalha a ação dos analgésicos. Lembre-se também de que os folículos precisam ser nutridos para que o transplante tenha sucesso. Quanto menos substâncias atrapalhando a circulação sanguínea, melhor.
O tempo seguro para voltar a beber após o transplante capilar é de 30 dias.
Interrompa o uso de Minoxidil
O minoxidil é um vasodilatador que auxilia bastante a circulação sanguínea na região capilar. Embora sua aplicação mais popular seja a tópica, a ingestão de cápsulas mostrou-se mais eficaz no crescimento e fortalecimento dos fios.
Por aumentar o calibre dos vasos sanguíneos, o Minoxidil interfere na circulação. Com isso, seus efeitos durante a cirurgia podem ser arriscados — os vasodilatadores podem provocar sangramento excessivo durante o procedimento. O ideal é cortar o uso duas semanas antes do transplante, mas não deixe de informar ao cirurgião sobre o uso desse fármaco.
E a finasterida/dutasterida? Costuma variar conforme o cirurgião. Há profissionais que orientam o paciente a não interromper, enquanto outros preferem a suspensão do fármaco 10 dias antes da cirurgia de transplante capilar.
Informe sobre todos os remédios utilizados
É essencial que o cirurgião e o anestesista estejam cientes sobre todos os remédios utilizados pelos pacientes. Como dito, os vasodilatadores podem provocar sangramento excessivo durante a cirurgia. Além disso, um fármaco pode ser incompatível com outro, o que pode interferir na anestesia ou no pós-operatório.
Quando o paciente informa sobre seus medicamentos de uso contínuo, o médico pode administrar a posologia para que ele saiba quando interromper e quando voltar a utilizar cada remédio. Aspirinas, anti-inflamatórios, complexos vitamínicos e anticoagulantes precisam ser cortados pelo menos 10 dias antes do procedimento.
Beba água
A água ajuda o corpo a trabalhar melhor, além de ajudar na sensação de saciedade — algo essencial durante o jejum. Porém, o ideal é parar de ingeri-la duas horas antes do procedimento.
Como o procedimento pode durar muitas horas, é importante manter essa hidratação para não sentir desidratado durante ou após a cirurgia.
Não raspe o cabelo
Para que o cirurgião tenha uma boa visualização dos folículos capilares, o paciente que passar pela técnica FUE costuma ter seus fios raspados. Porém, ele deve deixar que essa raspagem seja feita na própria clínica de transplante. Os profissionais terão todo o cuidado para fazer essa raspagem (total ou parcial) sem machucar a área doadora.
Mantenha o couro cabeludo limpo
O médico solicitará que o paciente faça a lavagem do couro cabeludo com um xampu comum, para que o couro cabeludo esteja limpo no dia do procedimento. É essencial que os fios estejam livres de produtos, como gel, pomada, óleo ou leave-in.
Outro fator importante é a diminuição de alisamentos, progressiva ou quaisquer outros procedimentos químicos no cabelo. É preciso que haja um intervalo entre a última química e o transplante capilar. O prazo correto deve ser conversado com o médico, mas o paciente precisa segui-lo à risca.
Com 30 anos de atuação, a Clínica Mauad conta com especialistas com ampla experiência em cirurgias de transplante capilar. Tudo é supervisionado pelo Dr. Raul Mauad, cirurgião plástico formado pelo programa de pós-graduação ministrado pelo Prof. Ivo Pitanguy, referência mundial em cirurgia plástica.
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